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Política Executivos da OAS que negociam um acordo de delação premiada pretendem contar que havia dois caminhos de pagamento de propina da empreiteira a políticos e agentes públicos

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Atualmente cerca de 50 acionistas e funcionários da OAS trabalham em propostas de delação premiada. (Foto: Reprodução)

O grupo de acionistas e executivos da OAS que negocia um acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava-Jato pretende contar aos procuradores da força-tarefa do MPF (Ministério Público Federal) que havia dois caminhos de pagamento de propina da empreiteira a políticos e agentes públicos. Segundo os candidatos a delatar, os pagamentos de suborno eram feitos por um setor de repasse de dinheiro ilícito, conhecido como controladoria, ou então por meio de contratos superfaturados de empresas subcontratadas pela OAS.

Quando envolvia a controladoria, o esquema funciona assim:  um alto dirigente da empresa, geralmente o ex-presidente Léo Pinheiro, negociava a propina com um político ou agente público. Eles acordavam o valor e a maneira como seria pago, se parcelado ou de uma só vez. A demanda, então, seguia para a controladoria. Os executivos responsáveis por esse departamento faziam o dinheiro chegar até o destinatário por meio de entrega de dinheiro vivo ou então depósitos no exterior.

Segundo um candidato a delator, a controladoria, porém, não era um departamento organizado como o de operações estruturadas da Odebrecht. Não havia software especializado nem listas com nomes e codinomes dos recebedores do dinheiro. O departamento também trabalhava com doações oficiais a partidos. O outro caminho para repasse de propina da OAS, segundo os executivos, era por meio de superfaturamento de contratos com empreiteiras subcontratadas para obras.

Neste caso, gerentes dos projetos eram acionados por um alto dirigente da OAS que determinava que eles combinassem com as empresas subcontratadas na obra a emissão de notas fiscais acima do valor real do serviço. Geralmente os superfaturamentos aconteciam na área de terraplanagem, serviço difícil de ser periciado. Atualmente cerca de 50 acionistas e funcionários da OAS trabalham em propostas de delação premiada. Pelo menos seis escritórios já foram contratados com essa missão.

Alguns executivos, no entanto, temem que a assinatura de um acordo conjunto tenha o objetivo de aliviar a responsabilidade dos acionistas da empreiteira. Um grupo de candidatos a delator cogita até negociar um acordo separado da cúpula da empreiteira.

A desconfiança se fortaleceu após o depoimento que o ex-diretor da área de Petróleo da OAS Agenor Franklin Medeiros prestou no âmbito d e um dos processos contra o ex-presidente Lula. O ex-executivo da empreiteira pediu para ser ouvido na ação que investiga Lula e revelou que o departamento chamado controladoria era usado para repassar propina.

Um candidato a delator considerou que a declaração de Medeiros é um sinal de que há disposição dos altos executivos em preservar os acionistas, já que ele mencionou a existência da controladoria e citou como responsáveis pela execução funcionários de baixa hierarquia da empreiteira. Já o advogado de um integrante do topo da hierarquia da empreiteira que pediu para não ser identificado afirmou à Folha que a delação só será homologada se for fechada em conjunto porque o maior interesse dos procuradores está justamente nas histórias a serem contadas pelos acionistas. A expectativa é de que eles citem integrantes do poder Judiciário.

A OAS, em nota, disse que tem colaborado com as investigações. “A companhia tem por diretriz responder a supostas acusações de irregularidades apenas nos autos do devido processo legal”, diz o comunicado. “Assim, não há como comentar especulações. A OAS não fugirá das responsabilidades empresariais de suas ações.”

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