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Colunistas Existe algo para substituir a democracia?

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(Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Vou insistir em um ponto: a democracia. Tenho visto, lido e ouvido coisas estarrecedoras sobre o assunto. Incrível como parcela da população tem um enorme apreço ou paixão por autoritarismos e ditaduras. Há fortes evidências de que quem defende ditadura esconde seu fracasso como cidadão. Transfere a alguém dominador a sua impotência. Algo como “fracassados de todo mundo, uni-vos; nada tendes a perder a não ser o vosso desapreço pela democracia”.

Pode ser uma explicação. Difícil explicar a razão ou as razões pelas quais desprezamos ou fazemos pouco caso da democracia, por mais mazelas que ela nos apresente. Não se descobriu até hoje um sistema de governo ou um modo de governar que dispense o cerne da democracia: a política. E, é claro, os políticos.

Sim, sei que os políticos não vêm se ajudando. Algo como “o réu não se ajuda muito”… Mas também é verdade que os demais poderes e funções estão colaborando para esse mal-estar que nos assola. E a imprensa, nesse complexo problema, apresenta ambiguidades. Um bom exemplo disso é a Globo News. Esse canal de notícias foi tomado por “especialistas sobre o óbvio”, atuando como profetas do passado e fabricantes de catástrofes. Eles sempre sabem os “bastidores”. Os “furos” que deram já custaram bilhões ao país. Todos os dias tem novidades. Novas delações. No dia seguinte, vê-se que a montanha pariu um rato. Mas, não nos preocupemos, porque a edição das oito traz coisa nova…

Uma jovem jornalista, que não lembro o nome, faz caras e bocas para contar o que está na internet. Sem nenhum pudor. O mesmo é feito por uma jornalista aqui dos pampas, que, no rádio, lê notícias como se ela tivesse colhido o evento na fonte.

Quando terminar a operação lava jato, a Globo News tem duas opções: ou fecha ou fabrica novas notícias. Jornalistas não devem atuar como torcedores. Merval Pereira e Gerson Camarote se especializaram em fazer torcida. No impeachment, atuaram de forma parcial. Nas recentes denúncias contra Temer, chegam a babar de satisfação a cada fracasso do presidente. O que essa gente e o veículo de comunicação pretendem? Gosto da análise que fazem dos julgamentos do STF… Quando STF decide conforme a linha editorial do canal, o tribunal é elogiado. Quando decide contra, é amaldiçoado. Fatos? Não, fatos não existem; só existem interpretações. Niilismo na veia.

Parece que apostam no caos. Saudades da ditadura? Quem sabe. Falar mal dos políticos em todos os momentos pode ser um tiro no pé. Vá que os agentes do autoritarismo acreditem e levem o país, em pleno século XXI, a uma perigosa aventura. Como se quem assumir o poder partisse de um grau zero. É o mesmo que apostar em uma nova Constituição. Poxa, se não cumpriram ou não cumprem esta, querem o quê? Importar a população ou os deputados da Noruega?

Não há saída fora da política. Quem aposta no autoritarismo e em saídas que quebrem a institucionalidade esquece que o Brasil está localizado no mundo. Que é globalizado. Não pode ser um país autóctone. A Albânia achou que isso era possível. Por aqui, há ilusões autoritárias.

Estou chovendo no molhado. Dizendo o óbvio. Pois é. De todo modo, valho-me de Darci Ribeiro e seu “Tratado de Obviedades”, quando diz que Deus é tão treteiro, faz as coisas tão recôndidas e sofisticadas que ainda precisamos dessa classe de gente, os cientistas, para desvelarem as obviedades do óbvio.

Por isso, pode ser óbvio apostar na democracia. Mas o brabo é termos que sair por aí defendendo o óbvio.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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