Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 6 de novembro de 2015
Investigadores da Operação Lava-Jato consideraram frágeis as explicações apresentadas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para rebater as acusações de que mentiu sobre as contas secretas atribuídas a ele pelo Ministério Público da Suíça. Cunha disse a aliados que não enganou os colegas ao depor à CPI da Petrobras e nega possuir contas no exterior, porque elas foram registradas por empresas que ele controla fora do País.
O deputado alega ainda que o depósito feito em uma das contas por um lobista investigado na Operação Lava-Jato, apontado pela Procuradoria-Geral da República como pagamento de propina associada a um negócio feito pela Petrobras na África, era o pagamento de um empréstimo feito a um colega morto.
Documentos enviados pela Suíça atribuem quatro contas ao peemedebista e familiares. Uma delas é controlada por um trust, estrutura organizada para administrar bens, dinheiro e ações de empresas de Cunha no exterior. Outra é uma offshore, empresa sediada em um paraíso fiscal. Há ainda uma conta corporativa e a última é uma conta de cartão de crédito em nome da mulher do deputado, a jornalista Claudia Cruz.
Segundo o Ministério Público, os documentos da Suíça mostram que Cunha era o real beneficiário de todas as contas. Em duas delas, foram bloqueados 9,6 milhões de reais. Procuradores afirmam que a criação de “trusts” para movimentar recursos no exterior é comum em casos de evasão de divisas, ocultação de patrimônio e lavagem de dinheiro. Alguns países, dizem, passaram a exigir a declaração dos “trusts” e dos chamados “settlors”, como são conhecidas as pessoas que constituem os “trusts” e os administram em nome dos beneficiários. (Folhapress)