Com uma exposição de 40 fotos, que está em exibição no Café Cartun (Rua José do Patrocínio, 637) até 21 de abril, Dario Bandeira traz closes de pura felicidade e liberdade do Carnaval de rua de Porto Alegre. ¨Optei por registrar momentos nos quais carnavalescos se encontram em total descontração, expressando o verdadeiro espírito desta festa, que remete a um período anterior a era cristã. O carnaval e o teatro têm origem nas festas pagãs da idade antiga. Contemporaneamente, assume a roupagem de uma verdadeira ópera popular, na qual os atores são protagonistas e, ao mesmo tempo, coadjuvantes¨, conta o fotógrafo.
São retratadas pessoas de todas as classes, gêneros e raças da sociedade brasileira, em especial à comunidade LGBT, que é homenageada na figura de Marielle Franco, com uma foto da vereadora exposta entre as demais.
¨Me pergunto muitas vezes por que fotografar o Carnaval? Minha resposta encontra um sentido forte em duas justificativas. É inegável que de um lado existe a busca por uma felicidade singela, perdida em um canto das minhas memórias afetivas. Por outro lado, o Carnaval sempre me fascinou pela heterogeneidade de gêneros, de culturas e de classes, exibindo a liberdade que permeia todas as relações, possibilitando que instintos aflorem sem nenhuma culpa¨, revela Dario.
O olhar sobre o Carnaval vem desde sua infância. Nascido no bairro Santana, em Porto Alegre, sempre teve contato com esta manifestação popular na cidade. Veranista do litoral gaúcho, desde pequeno se acostumou a ouvir as velhas machinhas de salão nos tradicionais bailes de praia. As duas memórias se fundem para a realização do trabalho atual.
Graduado em História, pela PUC, realizou seu trabalho de conclusão com ênfase na leitura de texto fotográfico em história. A partir daí a arte de registrar momentos ganhou novos significados. O estágio na fototeca do Museu Municipal o levou a redescobrir a fotografia. Foi professor por quase duas décadas, ministrando aulas de filosofia e sociologia, bem como de Educação Artística, com foco na História da Arte. Nos anos 90, fez uma exposição fotográfica sobre o Grande Hotel de Pelotas, mostrando a beleza da arquitetura Neoclássica daquela cidade. Como profissional trabalhou ainda nos jornais Já Cidade Baixa e Utopia, assim como fez freelancer para alguns sindicatos, além de participar como fotógrafo de algumas campanhas eleitorais.