Colunistas Fabiano Pereira diz que foi traído pelo PT
Por Redação O Sul | 23 de agosto de 2015
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Ao deixar o Partido dos Trabalhadores, depois de 22 anos de militância, o ex-deputado estadual e suplente da Câmara do Deputados – 75 mil votos – Fabiano Pereira disse, ao ingressar no PSB na última sexta-feira, em Santa Maria, que não lhe restou outra alternativa. Fabiano diz que se orgulha do seu passado, e que “esta é uma página virada”, que agora pensa apenas no futuro que o PSB lhe ofereceu: a presidência do partido e a vaga de candidato a prefeito de Santa Maria em 2016. O PSB está de olho na história de Fabiano, e no seu potencial eleitoral na cidade: fez 27 mil votos em Santa Maria em 2014.
Os bastidores da saída de Fabiano
Embora tenha reiterado que deseja esquecer o passado, Fabiano, ao discursar no ato de ingresso no PSB, ao lado do vice-presidente nacional do partido Beto Albuquerque, disse que “não poderia ficar à espera da próxima traição”, referindo-se à sua permanência no PT. Mais tarde, o ex-deputado comentou com o colunista que “não quero deixar mágoas, mas efetivamente me prometeram no PT que eu seria o candidato a prefeito em 2016 e, em troca, eu não disputaria a Câmara dos Deputados ou Assembleia Legislativa em 2018. O anúncio seria feito no dia do meu aniversário, dia 1 de agosto. Preparei toda a festa, mas na véspera vieram me dizer que seria feita uma pequena mudança: o candidato seria o Valdeci Oliveira, e eu seria o vice. Como não havia mais tempo para mudar, acabei aceitando. Só que dias depois vieram me dizer que dificilmente eu seria mantido como vice, porque o partido precisaria negociar o cargo em troca de apoios. Então decidi que era hora de sair”. Os interlocutores das negociações mal sucedidas seriam o deputado federal Paulo Pimenta e o deputado estadual Valdeci Oliveira.
O caso do Pronaf em Santa Cruz do Sul
O deputado federal Luiz Carlos Heinze (PP) deverá examinar com atenção o relatório final do inquérito da Polícia Federal que apontou responsabilidades no caso do desvio de recursos do Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar de milhares de pequenos agricultores do Vale do Rio Pardo. Heinze, ao lado da senadora Ana Amélia, coordenou uma audiência pública conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado, em Santa Cruz do Sul, para tratar da questão. A Polícia Federal indiciou 14 pessoas e constatou que os desvios de dinheiro estão centrados em Santa Cruz do Sul e Sinimbu, no Vale do Rio Pardo. As investigações indicam que os recursos teriam inclusive abastecido campanhas eleitorais. O deputado federal Elvino Bohn Gass chegou a ser mencionado durante as investigações, mas como detém foro privilegiado, uma apuração, neste caso, depende de autorização do STF.
A posição do PP no governo Yeda
Chefe de gabinete da senadora Ana Amélia, Marco Aurélio Ferreira recorda: “Yeda Crisius, quando eleita governadora, também propôs um aumento de ICMS como salvação do Estado. Naquela época, o PP foi contrário, e o deputado Jeronimo Goergen, que iria assumir a Secretaria de Agricultura, acabou perdendo seu cargo. O que vimos depois foi um governo que encontrou outras soluções econômicas, pagou salários e aumentou recursos para hospitais e municípios. Deixou como legado o déficit zero. Sartori pode fazer o mesmo, buscar outras saídas que não incluam mais aumento de ICMS”.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
