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Brasil Fachin entende que inquérito contra Maia não está ligado à Lava-Jato e procurador critica Janot

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(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), acolheu argumentos da defesa e entendeu que o inquérito que investiga repasses ilegais da Odebrecht ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não tem relação com a Operação Lava-Jato.

No inquérito, Maia é investigado junto com seu pai, César Maia (DEM-RJ), ex-prefeito do Rio de Janeiro e hoje vereador carioca.

Ambos são apontados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) como suspeitos de receber R$ 950 mil em propina da Odebrecht para irrigar campanhas políticas, em troca de atuação pela aprovação de uma medida provisória com incentivos à indústria química. Eles foram citados por cinco delatores da empresa.

Um colaborador, segundo destacou o ministro Edson Fachin na decisão em que autoriza abertura de inquérito para investigar o parlamentar, contou que em 2008 Maia “solicitou e recebeu a soma de R$ 350 mil, a pretexto de auxílio à campanha eleitoral”.

“Entretanto, naquele ano, nem o parlamentar, tampouco seu pai, César Maria, foram candidatos a qualquer cargo eletivo”, assinalou Fachin, referindo-se a informação levada ao Supremo pelo então procurador-geral da República Rodrigo Janot.

A defesa de Rodrigo Maia argumentou que os fatos em nada estavam relacionados com desvios na Petrobras, alvo principal das investigações da Lava-Jato no STF. Fachin acatou os argumentos, remetendo o processo para que a presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, decida sobre a redistribuição.

Desde que assumiu a relatoria da Lava-Jato, Fachin determinou a redistribuição de 74 inquéritos para outros ministros do STF, das mais de 150 investigações oriundas da Operação que já passaram por seu gabinete.

Janot teria atuado politicamente

Em depoimento nesta quarta-feira (17) na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da JBS, o procurador Ângelo Goulart Villela voltou a acusar o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot de atuar politicamente no que chamou de “trama” do acordo de delação premiada com executivos do grupo J&F.

Villela foi preso durante a Operação Patmos, após suspeitas de que teria vazado informações sobre a Operação Greenfield, que tinha como alvo a holding J&F, controladora do grupo JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista. O procurador, afastado do cargo, integrava a força-tarefa da operação desde março deste ano. Segundo as investigações, Vilella, que foi solto em agosto por decisão do Supremo Tribunal Federal, recebia mesada de R$ 50 mil dos irmãos Batista.

Aos parlamentares Ângelo Vilella disse ainda que o objetivo de Janot era que a delação resultasse na perda de mandato do presidente Michel Temer, o que evitaria que Raquel Dodge fosse nomeada procuradora-geral da República.

Sobre sua prisão, Villela afirmou que foi a maneira escolhida por Janot para “proteger” o ex-procurador Marcelo Miller, um dos principais assessores do ex-procurador-geral. Miller, que pediu exoneração do órgão para atuar no escritório de advocacia que defende a JBS, foi determinante na crise que resultou na perda de benefícios de delatores da empresa.

“A questão do Rodrigo Janot, na minha opinião, deputado, era mais do que uma proteção ao Marcelo Miller. A minha questão em relação a ele é que ele precisava deixar bem claro nesse ambiente [em] que a gente vive, midiático, de combate desenfreado à corrupção, de queridinho da mídia, de super-herói, era deixar claro que ele atuava de forma imparcial, que o compromisso dele seria única e exclusivamente combater a corrupção, doa a quem doer”, disse.

Vilella disse ainda que Janot “agiu com o fígado” em relação a ele, porque se sentiu traído. “Porque eu estaria me bandeando para o lado da arquirrival dele [Raquel Dodge], como se isso, ainda que fosse verdadeiro, legitimasse uma atuação devastadora em relação a mim”, concluiu.

 

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https://www.osul.com.br/fachin-entende-que-inquerito-contra-maia-nao-esta-ligado-lava-jato-e-procurador-critica-janot/ Fachin entende que inquérito contra Maia não está ligado à Lava-Jato e procurador critica Janot 2017-10-17
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