Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 18 de julho de 2015
Sócios e familiares de Cristiano Araújo, morto há cerca de um mês em um acidente de carro, estão processando o jornalista Zeca Camargo. Na ocasião da morte e de seus desdobramentos, que ganharam cobertura de destaque na imprensa nacional, Zeca Camargo fez uma coluna em que questionava os limites do espetáculo e também o alcance da fama do sertanejo.
O texto, narrado no “Jornal das Dez”, da GloboNews, por Camargo, despertou a ira de outros cantores sertanejos e fãs do gênero, que protestaram contra o jornalista nas redes sociais.
Sócios da C.A. Produções Artísticas, a empresa que cuidava da carreira do cantor, e o pai dele, João Reis de Araújo, estão entrando com pedido de danos morais contra o apresentador. A advogada responsável pelo caso, Fernanda Moreira, de Goiânia, afirma que parte da indenização, ainda não calculada, seria usada para criar o Fundo de Apoio à Cultura Sertaneja. A outra parte seria doada a uma instituição de saúde de Goiás, a Casa de Apoio São Luiz.
O processo foi enviado na quinta-feira (16). Fernanda pede também, no processo, que Zeca se comprometa a “nunca mais emitir opiniões preconceituosas sobre a cultura e a música sertaneja, sob pena de multa de 50 mil reais”.
“É uma questão muito delicada. No texto dele, você consegue sentir o preconceito, a falta de respeito com os fãs. Ele dá a entender que a cultura sertaneja é pior do que as outras”, disse ela.
Agravantes
Após grande repercussão na internet, Camargo pediu desculpas sobre as declarações polêmicas. Durante o programa “Vídeo Show”, da TV Globo, enquanto falava sobre a sua volta à TV na atração “É de Casa”, também da emissora, o jornalista aproveitou o espaço em rede nacional para dizer que foi mal interpretado.
“Escrevi um comentário na GloboNews sobre essa cobertura e acabei sendo mal interpretado por alguns fãs”, disse Zeca, que ainda se confundiu e chamou Cristiano Araújo de Cristiano Ronaldo.
Essa confusão de nomes também é citada como agravante no processo.
O “poder de influência ao público” de Zeca também é citado, em parágrafo em que a autora o acusa de “fomentar o preconceito e possivelmente o caos” e “abrir portas para uma briga de aculturamento na tentativa de incitar superioridade cultural”.
Zeca Camargo não quis comentar o assunto. (Folhapress)