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Economia Fiat procura aliados para fusão com a GM

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Marchionne vê o futuro da indústria automobilística dividido. (Foto: Reprodução)

O diretor-presidente da Fiat, Sérgio Marchionne, está contatando fundos de investimento e outros potenciais aliados na tentativa de levar a GM (General Motors) a uma fusão com a montadora ítalo-americana, informaram fontes ligadas à companhia. A caça a investidores externos, dispostos a apoiá-lo em seu projeto de consolidação, é só o passo mais recente da investida agressiva do executivo na busca por parceiros.

Mas contatos com investidores ativistas – poucos meses depois que a GM concordou em se curvar à pressão de fundos de hedge e recomprar bilhões de dólares em ações – ainda não rendeu um aliado de peso, conforme informações de dentro da companhia. Uma estratégia similar poderia ser empregada com pelo menos uma montadora europeia.

Desespero 

Alguns analistas caracterizaram o discurso de Marchionne, segundo qual a indústria precisa de mais consolidação, como um ato de desespero que refletiu o fraco desempenho da Fiat. Embora a montadora, que tem um valor de mercado de 108 bilhões de dólares, seja lucrativa, um eventual desaquecimento do setor e os custos futuros para cumprir novas regras de emissões de poluentes e investir em novas tecnologias criam riscos bastante consideráveis.

O executivo foi encorajado pelo sucesso que investidores tiveram com a GM. Agora, ele vê essas pessoas como um meio para impor uma consolidação maior à fragmentada indústria automobilística. Há meses, Marchionne argumenta que o excesso de produção, especialmente na Europa, a multiplicidade das infraestruturas de engenharia e outros custos precisarão ser reduzidos para aumentar a rentabilidade. Ele apresentou esses tópicos a várias montadoras em todo o mundo com o apoio do conselho da Fiat.

Ainda assim, com margens de lucro muito abaixo das exibidas pelas rivais, a empresa está longe de ser um parceiro atraente para uma fusão. A margem operacional nos Estados Unidos, por exemplo, foi de 3,7% das vendas no primeiro trimestre, 50% da registrada pela GM.

Discórdia

O histórico das relações entre a GM, a Fiat e Marchionne é salpicado de discórdias. Em 2005, o executivo fez a montadora norte-americana pagar 2 bilhões de dólares para ser dispensada da obrigação de comprar o abatido negócio de veículos da Fiat. A briga também levou as companhias a dissolverem uma parceria de cinco anos para produzir motores e transmissões.

A GM resistiu a investidas mais recentes da Fiat, incluindo uma proposta de fusão das duas empresas apresentada à diretora-presidente Mary Barra. A montadora dos Estados Unidos tem mais escala e fez a transição para uma arquitetura global de veículos em muitos de seus produtos, uma medida importante, que reduziu a duplicação de trabalho e aumentou a eficiência da produção de veículos.

A consultoria interna da GM completou quase dez anos de uma consolidação interior que, de acordo com seus executivos, foi eficaz em aparar bilhões de dólares em custos, impulsionando a companhia a uma posição de liderança no que se trata de retorno sobre o capital investido. Mary Barra afirmou com frequência que a equipe de gestão não permitirá que distrações ocorram e desviem o objetivo.

Um grupo de investidores, capitaneado pelo ex-gestor de fundo de hedge Harry Wilson, procurou a executiva no início deste ano para pressionar a GM a concordar com uma recompra de ações de 8 bilhões de dólares. A montadora, que havia anunciado um caro plano de dividendos e estudava medidas adicionais para recompensar seus acionistas, concordou com a operação de 5 bilhões de dólares, poupando Mary Barra de outras disputas sobre assentos no conselho de administração da empresa.

Futuro

Marchionne crê que, no futuro, a indústria automobilística passará por consolidação em torno de três empresas, cada uma delas produzindo 15 milhões de carros por ano: Volkswagen, Toyota e GM. O trio monta atualmente 10 milhões de veículos anuais cada, enquanto a Fiat ocupa um modesto sétimo lugar, com 4,7 milhões.

Gigante

Se houvesse uma fusão entre Fiat e GM, o novo grupo teria 38% das vendas de veículos no Brasil, com três dos cinco modelos mais vendidos: Palio, Onix e Uno. A produção conjunta seria de 1,26 milhão de unidades, 40% dos carros de passeio e utilitários montados no País em 2014.

Com esse tamanho, a Fiat-GM teria dificuldade para ter a fusão aprovada pelo Cade. Segundo especialistas, o provável seria o órgão antitruste obrigar as marcas a retirarem de linha alguns modelos populares.

A fusão criaria a maior fabricante de automóveis do mundo, com vendas anuais de 15 milhões de veículos e faturamento conjunto de 272,6 bilhões de dólares. Hoje, a líder Toyota tem receita anual de 227 bilhões de dólares e vendas de 10,2 milhões de carros. (AG)

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https://www.osul.com.br/fiat-procura-aliados-para-fusao-com-a-gm/ Fiat procura aliados para fusão com a GM 2015-06-13
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