Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 13 de junho de 2016
Lia Maria Aguiar, uma das três filhas do fundador do Bradesco, está processando na Justiça de São Paulo alguns sócios do banco, dentre eles o atual presidente, Luiz Carlos Trabuco, por supostos desvios de seu patrimônio. A ação envolve um pedido de indenização, em valor ainda não definido.
A desconfiança da bilionária de 78 anos surgiu em 2014, quando ela percebeu que os dividendos e juros sobre capital próprio passaram a ser 100% direcionados para aumentar o capital da empresa. Havia a opção de os acionistas ficarem com a remuneração, mas sob pena de perder participação, sendo diluídos na sociedade.
Lia passou então a acompanhar as reuniões do conselho e a exigir explicações nas assembleias de acionistas, sobre aspectos que a incomodavam: a retenção de dividendos e um empréstimo de 2,6 bilhões de reais do Bradesco a uma empresa.
Aquisições
A destinatária do crédito em questão era a NCF Participações, ligada ao emaranhado societário de controladores do banco (ela detém cerca de 8% da instituição financeira) e que fica sob gestão da Cidade de Deus, holding que controla e abriga os sócios do grupo.
É por meio da NCF que o Bradesco tem realizado uma série de empréstimos, a fim de fazer frente a aquisições. Uma dessas operações, incluída nos questionamentos da filha do fundador do banco, foi a da participação de cerca de 8% que o BES (Banco Espírito Santo) tinha no Bradesco e na Bradespar, há cinco anos. (AE)