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Por Redação O Sul | 27 de novembro de 2018
O controlador do grupo ARG, Rodolfo Giannetti Geo, foi denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal), na segunda-feira (26), mesmo dia em que seus pais morreram em um acidente de avião. Adolfo Geo e a esposa Margarida Giannetti Geo morreram quando o avião em que estavam caiu em uma fazenda em Jequitaí, no Norte de Minas Gerais. O piloto Marco Aurélio e o co-piloto, identificado apenas como Oliver, também morreram no acidente.
O empresário Rodolfo Giannetti Geo foi denunciado junto ao ex-presidente Lula por lavagem de dinheiro. A acusação formal levada à Justiça Federal aponta que, “usufruindo de seu prestígio internacional, Lula influiu em decisões do presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, que resultaram na ampliação dos negócios do grupo brasileiro ARG no país africano”.
O Ministério Público Federal ainda denunciou o controlador do grupo ARG pelos crimes de tráfico de influência em transação comercial internacional.
Os fatos teriam ocorrido entre setembro de 2011 e junho de 2012, quando o petista já não era presidente. Como Lula já tem mais de 70 anos, o crime de tráfico de influência prescreveu para ele, mas não para o empresário.
A Lava-Jato afirma que a transação que teria levado ao pagamento de R$ 1 milhão destinado ao Instituto Lula começou entre setembro e outubro de 2011. A Procuradoria relata que Rodolfo Giannetti Geo procurou Lula e solicitou ao ex-presidente que interviesse junto ao mandatário da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, para que o governo daquele país continuasse realizando operações comerciais com o Grupo ARG, especialmente na construção de rodovias.
“As provas do crime denunciado pelo Ministério Público Federal foram encontradas nos e-mails do Instituto Lula, apreendidos em busca e apreensão realizada no Instituto Lula em março de 2016 na Operação Aletheia, 24ª fase da Operação Lava-Jato de Curitiba”, informou a Lava-Jato.
O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão ligado à Força Aérea Brasileira, informou que irá investigar as razões da queda da aeronave, modelo Cessna Citation M2. Técnicos do órgão devem recolher destroços do avião para análise e futura investigação sobre o acidente. Não há prazo para conclusão das apurações.
Corpos
Os corpos do empresário Adolfo Geo e da esposa dele, Margarida Giannetti Geo, foram cremados nesta terça-feira (27) no Parque Renascer Cemitério e Crematório, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A imprensa não foi autorizada a acompanhar o velório e a cerimônia.
As vítimas foram carbonizadas e, por isso, precisaram do exame de identificação no Instituto Médico Legal. Os corpos do empresário e da mulher dele foram liberados para a família na noite de segunda.
Adolfo Geo possuía fazendas de confinamento de gado no município de Jequitaí. O acidente ocorreu quando o avião se preparava para pousar na Fazenda Fortaleza Santa Terezinha, de propriedade do empresário. Segundo o Corpo de Bombeiros, a aeronave modelo Cessna Citation M2 tinha capacidade para oito passageiros e havia decolado do Aeroporto da Pampulha, na capital mineira.