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Por Redação O Sul | 23 de junho de 2017
A Marinha dos Estados Unidos e o Ministério de Defesa do Japão fracassaram ao tentar interceptar um míssil balístico em um teste com seu sistema conjunto no Havaí, anunciou o exército americano.
Os dois países trabalham juntos desde 2006 para desenvolver uma variante do Standard Missile-3, um míssil lançado a partir de um barco que opera como parte do sistema de defesa Aegis para interceptar mísseis balísticos de curto ou médio alcance.
No teste de terça-feira à noite se lançou um míssil de curto a médio alcance das instalações de Kauai (Pacific Missile Range Facility), no Havaí, informou na quarta-feira o Departamento de Defesa americano (MDA) em um comunicado.
O destruidor de mísseis guiados “USS John Paul Jones” o detectou e acompanhou com seu radar a bordo, utilizando o sistema Aegis.
“Após obter e monitorar o alvo, o barco lançou um míssil guiado SM-3 Block IIA, mas este não interceptou o alvo”, disse o MDA.
Trata-se do quarto teste que usa o míssil SM-3 IIA, e o segundo teste de interceptação deste tipo. O anterior, realizado em fevereiro de 2017, foi bem-sucedido.
De acordo com o MDA, os Estados Unidos gastaram até hoje 2,2 bilhões de dólares no sistema, e o Japão cerca de um bilhão.
Este teste ocorre em um contexto de tensões crescentes sobre os avanços contínuos da Coreia do Norte em seu programa de mísseis balísticos.
Coreia do Norte
Pyongyang continuou avançando sua tecnologia de mísseis desde o discurso de Kim Jong-un pronunciado em 1 de janeiro, onde ele declarou que o país está na etapa final do desenvolvimento da tecnologia de mísseis balísticos intercontinentais.
Nas últimas semanas, a Coreia do Norte realizou uma série de testes com mísseis, incluindo um míssil de alcance intermediário, que teria como propulsor um motor de origem soviética, segundo especialistas.
A série de testes realizados por Pyongyang voltou a aumentar as tensões na região, tanto que o governo chinês voltou a pedir que os norte-coreanos, seus aliados históricos, parem com o que chamou de “provocações”.
“Sob o ambiente atual, os países em questão não devem provocar uns aos outros ou tomar qualquer ação que possa escalar as tensões regionais”, afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, em um comunicado.
“Os países devem fazer esforços conjuntos para aliviar as tensões e trabalhar para a estabilidade regional”, completou.
A porta-voz da China informou ainda que Pequim está acompanhando o que seriam violações sistemáticas de Pyongyang aos ditames do Conselho de Segurança da ONU.
O Conselho de Segurança da ONU definiu novas sanções ao regime norte-coreano, que parece disposto a não diminuir o ritmo de avanço do seu programa militar. Especula-se que Pyongyang quer apressar o desenvolvimento de um míssil intercontinental (ICBM), que seja capaz de atingir os Estados Unidos.
Há ainda uma suspeita que os norte-coreanos estejam se preparando para realizar um novo teste nuclear em breve.