Além desta medida — que visa cumprir as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris —, o conhecido ativista ambiental Nicolas Hulot anunciou ainda o fim da produção de eletricidade a partir do carvão. A eficácia energética é, precisamente, outra das apostas do ministro francês: “o assunto da eficácia energética é um assunto em que todos ganham”, afirmou, considerando prioritário o combate, durante os próximos dez anos, a edifícios mal isolados e que consumam muita energia.
Ministro francês durante apresentação do plano. (Foto: Reuters)
Para combater a “precariedade energética”, Hulot revelou que iriam ser aplicados quatro mil milhões de euros, argumentando tratar-se “não de despesa mas de investimento”. O ministro deixou ainda claro que estas restrições ambientais (foram apresentadas 23 medidas divididas por seis temáticas principais) têm como objectivo melhorar o quotidiano dos franceses.
Hulot disse ainda que os próprios construtores de automóveis devem apoiar esta promessa “que é também uma questão de saúde pública”, disse, citado pelo Libération. O ministro garantiu que vai ser criada uma espécie de abono para ajudar as famílias menos favorecidas a conseguirem comprar carros mais bem adaptados às exigências climáticas. Sem especificar qual o valor desta ajuda de transição, o ministro francês afirmou que permitirá “substituir um veículo a diesel anterior a 1997 ou a gasolina anterior a 2001”.
Os veículos a gasolina e a diesel correspondem a cerca de 95% dos novos carros adquiridos no primeiro semestre do ano. De resto, são comprados 3,5% carros híbridos e pouco mais de 1% de carros eléctricos, escreve a Reuters. Hulot deu como exemplo a seguir a construtora de automóveis Volvo, da chinesa Geely, que anunciou os seus planos de tornar todos os seus veículos eléctricos a partir de 2019.
Em junho, o Presidente francês, Emmanuel Macron — que foi bastante crítico em relação à decisão tomada por Donald Trump de retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris — comprometeu-se a levar à ONU, em setembro, um “pacto mundial para o ambiente”. Este pacto pretende ser a base de um novo tratado internacional em que estejam subjacentes os grandes princípios no que diz respeito ao meio ambiente, sendo vinculativo para os Estados que o assinarem e não voluntário, ao contrário do que acontece com o Acordo de Paris.
Hulot foi animador de televisão e candidato à presidência, em 2007. Apesar de ter recusado os convites para ser ministro feitos pelos dois presidentes anteriores, Nicolas Hulot aceitou o desafio de Macron, sendo um dos seus objectivos para este mandato a aplicação da lei da transição energética promulgada em 2015. Esta lei previa a redução para metade do total de consumo de energia e a redução para um quarto da quantidade das emissões de gases com efeito de estufa. Isto até 2050.