Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 19 de setembro de 2018
Funcionários do McDonald’s realizaram na terça-feira (18), em dez cidades dos Estados Unidos, uma greve de um dia, inspirada no movimento #MeToo, para denunciar que o gigante do fast-food não trata de maneira adequada o assédio sexual em seus estabelecimentos. As informações são das agências de notícias AFP e Bloomberg News.
Os organizadores disseram que a greve foi a primeira do tipo e que tem a intenção de terminar com a incapacidade do McDonald’s de acabar com as passadas de mão, os comentários lascivos e as propostas sexuais em seus restaurantes.
Inspirados no movimento #MeToo contra a violência sexual, os funcionários disseram que as suas experiências refletem uma má cultura dos restaurantes, onde o assédio sexual foi normalizado. Em um pequeno protesto em frente à sede da empresa, em Chicago, trabalhadores e simpatizantes seguraram cartazes, cantaram e detalharam exemplos de suas próprias experiências.
“Estou em greve e parada hoje aqui pela mudança”, disse Theresa Cervantes, uma funcionária de 20 anos do McDonald’s que denunciou seus gerentes de assediarem regularmente seus funcionários. Cenas similares foram vistas em outras nove cidades, incluindo Kansas City, Saint Louis e Durham, onde os funcionários marcharam em protesto diante de alguns estabelecimentos.
A greve acontece quatro meses depois de as mulheres que trabalham para o McDonald’s em nove cidades do país apresentarem uma denúncia por assédio sexual contra a empresa à Comissão de Igualdade de Oportunidades no Emprego. Os funcionários querem que o gigante do fast-food forme um comitê – integrado por trabalhadores e representantes de organizações nacionais de mulheres – para abordar o tema do assédio sexual.
Em um comunicado, o McDonald’s declarou que tem “políticas e procedimentos firmes, assim como treinamento” nos locais de trabalho para evitar o assédio sexual. A rede afirma que contratou especialistas em prevenção e resposta “para promover nossas políticas de maneira que todos os que trabalhem no McDonald’s o façam em um ambiente seguro todos os dias”.
Orientação
Os trabalhadores, ligados ao sindicato no movimento “Luta por US$ 15”, estão exigindo que a empresa pare de buscar orientação sobre a política de assédio sexual do escritório de advocacia Seyfart Shaw, sediado em Chicago e que atualmente defende a Weinstein Co., do produtor de cinema acusado de assediar várias atrizes de Hollywood.
“Se o McDonald’s leva a sério as demandas dos trabalhadores, pode começar dispensando a Seyfarth”, disse Shaunna Thomas, diretora-executiva do grupo de defesa das mulheres UltraViolet, em comunicado.