Brasil Fundador do PT entra com pedido de impeachment de Dilma
Por Redação O Sul | 2 de setembro de 2015
O 21° pedido de impeachment contra a presidenta Dilma protocolado na Câmara dos Deputados este ano partiu de um petista histórico: o jurista Hélio Bicudo, 93 anos, um dos fundadores do PT. Cabe agora ao presidente da Casa, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidir se dará ou não prosseguimento à demanda.
A ideia surgiu de uma conversa que Bicudo teve com advogados logo após as manifestações de 16 de agosto. O pedido foi formulado e, nessa terça-feira, a filha dele, Maria Lúcia Pereira Bicudo, foi à Câmara para protocolar. O ex-petista não participou do ato porque passou recentemente por um procedimento cirúrgico devido a um infarte e permanece em repouso. Maria Lúcia espera agora entregar simbolicamente o documento a Cunha.
O pedido se baseia nas apurações do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre as contas do governo para alegar que Dilma descumpriu a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), com as chamadas “pedaladas” fiscais. E defende ainda que a presidenta faltou com probidade em razão de sua postura condescendente com os investigados na Lava-Jato.
“Houve uma maquiagem deliberadamente orientada a passar para a nação [e também aos investidores internacionais] a sensação de que o Brasil estaria economicamente saudável e, portanto, teria condições de manter os programas em favor das classes mais vulneráveis”, diz o texto assinado por Bicudo.
O pedido apontou que teria havido “dolo” na omissão da presidenta Dilma em responsabilizar seus subalternos diante das denúncias de corrupção na Petrobras. “Tudo indica ter a denunciada agido com dolo, pois a reiteração dos fatos, sua magnitude e o comportamento adotado, mesmo depois de avisada por várias fontes, não são compatíveis com mera negligência.”
O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), minimizou. Para Machado, o pedido vindo de um petista histórico não difere tanto de outro de autoria da oposição, já que Hélio Bicudo rompeu com o partido em 2005, em meio ao escândalo do mensalão. “Nosso bom velhinho está querendo participar do debate. Mas isso não preocupa, porque ele já estava rompido com o PT há algum tempo”, disse o líder do PT. (AG)
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