Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de abril de 2017
A General Motors anunciou na última quarta-feira (19) o encerramento de suas operações na Venezuela depois que autoridades do país tomaram uma unidade da montadora no centro industrial de Valencia.
“Ontem (terça-feira) a fábrica da GMV foi inesperadamente tomada pelas autoridades públicas, impedindo as operações normais. Além disso, outros ativos da companhia, como veículos, foram retirados ilegalmente de suas instalações”, disse a GMV (General Motors Venezolana), unidade da GM, em um comunicado enviado por e-mail.
“A GMV repudia as medidas arbitrárias tomadas pelas autoridades e irá tomar todas as todas as medidas legais, dentro e fora da Venezuela, para defender seus direitos”, completou.
Segundo a GM, as ações do governo venezuelano prejudicam seus 2.678 operários, além dos mais de 3.900 trabalhadores de suas 79 concessionárias. A empresa prometeu pagar os direitos trabalhistas dos funcionários demitidos.
A decisão foi tomada em meio a uma crise econômica cada vez mais grave na Venezuela, que já afetou diversas empresas norte-americanas presentes no país.
A indústria automobilística venezuelana sofre com a falta de matéria-prima devido a complexos controles monetários e uma produção local estancada, e muitas fábricas apenas podem manufaturar.
O anúncio do fim das operações da GM na Venezuela ocorre em meio a uma onda de manifestações contra o governo do presidente Nicolás Maduro. Na última quarta (19), os protestos terminaram com a morte de um guarda e dois civis. Os atos acontecem na Venezuela desde março, quando a Suprema Corte do país anunciou que estava assumindo os poderes da Assembleia Nacional, controlada pela oposição.
Segundo os opositores, a determinação ameaçava a divisão de poderes no país e aproxima a Venezuela de um governo unilateral liderado por Maduro.