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Mundo Gigante da telecomunicação ajudou a Agência Nacional de Segurança dos EUA a espionar internet no país

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A cooperação da AT&T envolveu uma ampla gama de atividades confidenciais. (Foto: Patrick Semansky/AP)

A habilidade da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) de espionar vastas quantidades de tráfico de internet nos EUA teve como apoio sua extraordinária parceria de décadas com uma única companhia: a gigante de telecomunicação AT&T.

Embora se saiba há bastante tempo que as companhias de telecomunicações dos EUA trabalharam de forma próxima com a agência de espionagem, documentos recentemente divulgados da NSA mostram que a relação com a AT&T tem sido considerada única e especialmente produtiva.

Um documento a descrevem como “altamente colaborativa”, enquanto outro elogia a “extrema disposição [da companhia] para ajudar”.
A cooperação da AT&T envolveu uma ampla gama de atividades confidenciais, de acordo com os documentos, datados de 2003 a 2013.

A companhia deu acesso à NSA, por meio de vários métodos cobertos por diferentes decisões judiciais, a trilhões de emails que trafegavam em suas redes domésticas.

Ela forneceu assistência técnica para aplicação de uma ordem de uma corte secreta permitindo que se interceptassem todas as comunicações de internet na sede da ONU, um cliente da AT&T.

O orçamento ultrassecreto da NSA em 2013 para a parceria com a AT&T correspondeu a mais de duas vezes ao valor gasto com o segundo maior programa desse tipo, de acordo com os documentos.

A companhia instalou equipamentos de monitoramento em 17 de seus pontos de internet em solo americano, muito mais do que a Verizon, competidor que lhe é similar em tamanho.

E seus engenheiros foram os primeiros a testar novas tecnologias de monitoramento inventados pela agência de espionagem.

Um documento recomenda aos funcionários da NSA que sejam educados durante visitas às instalações da NSA, afirmando: “Isso é uma parceria, e não uma relação contratual”.

Os documentos, revelados pelo ex-funcionário da agência Edward J. Snowden, foram revisados em conjunto pelo “The New York Times” e pela “ProPublica”.

A NSA, AT&T e Verizon rejeitaram discutir as revelações. “Não fazemos comentários sobre questões de segurança nacional”, disse o porta-voz da AT&T.

DEBATE GLOBAL

Não está claro se os programas continuam operando da mesma forma atualmente.

Desde que as revelações de Snowden desataram um debate global sobre monitoramento há dois anos, algumas companhias de tecnologia no Vale do Silício expressaram irritação com o que caracterizaram como intrusões da NSA e estabeleceram novas criptografias para coibi-las.

Embora as companhias de telecomunicação tenham sido mais discretas, a Verizon não obteve êxito em desafiar uma ordem judicial relativa à coleta em massa de registros telefônicos em 2014.

Ao mesmo tempo, o governo tem lutado na Justiça para manter em segredo as identidades de seus parceiros nas telecomunicações.

Em um caso recente, os clientes da AT&T disseram que a interceptação da internet violava a proteção da Quarta Emenda contra buscas injustificadas.

Neste ano, um juiz federal desconsiderou itens-chave de um processo depois de que o governo Obama argumentou que a discussão pública de seus esforços de monitoramento revelariam segredos de Estado, prejudicando a segurança nacional.

Os documentos da NSA não identificam a AT&T ou outras companhias por nome. Em vez disso, se referem às parcerias corporativas geridas pela divisão de Operações de Recursos Especiais da agência por meio de nomes em código.

A divisão é responsável por mais de 80% da informação que a NSA coleta, diz um dos documentos.

PROGRAMAS

Fairview é um dos programas mais antigos. Ele começou em 1985, depois que reguladores antitruste quebraram o monopólio de telefonia da Ma Bell e sua divisão de longa distância se tornou a AT&T Comunicações.

Uma análise dos documentos do Fairview feita pelo “NYT” e pela “ProPublica” revela várias evidências que apontam para a como parceira do programa. Vários ex-funcionários de inteligência confirmaram essa descoberta.

Um cabo de fibra ótica do Fairview, danificado no terremoto de 2011 no Japão, foi reparado na mesma data de um cabo nipo-americano operado pela AT&T.

Documentos do Fairview usaram jargão técnico específico da AT&T.

E o programa Fairview implementou a ordem judicial para monitoramento na linha de internet, fornecida pela AT&T, funcionando na sede da ONU. (A espionagem de diplomatas feita pela NSA já havia vindo a público antes, mas não a ordem judicial ou o envolvimento da AT&T. Em outubro de 2013, os EUA disseram à ONU que não monitoraria suas comunicações)

Os documentos também mostram que outro programa, com o codinome de Stormbrew, incluiu a Verizon e a ex-MCI, que a Verizon adquiriu em 2006.

Um descreve um cabo do Stormbrew que é identificável com um dos operados pela Verizon. Outro nomeia uma pessoa de contato cujo perfil no LinkedIn diz que é um empregado de longa data da Verizon com uma autorização de alta segurança.

Depois dos ataques terroristas do 11 de Setembro de 2001, a AT&T e MCI contribuíram com os programas de monitoramento de Bush que funcionavam sem mandados judiciais, de acordo com um esboço de relatório do inspetor-geral da NSA.

O relatório, revelado por Snowden e previamente publicado pelo “The Guardian”, não identifica as companhias pelo nome, mas descreve seu tamanho no mercado em números que correspondem aos dois negócios, de acordo com a Comissão Federal de Comunicações.

AT&T começou a entregar emails e ligações telefônicas “poucos dias” depois de o monitoramento sem mandado começar em outubro de 2001, indica o relatório.

Em contraste, a outra companhia não começou até fevereiro de 2002.

Em setembro de 2003, de acordo com documentos previamente revelados da NSA, a AT&T foi o primeiro parceiro a ligar uma nova capacidade de coleta que a NSA descreveu como “uma presença ao vivo na rede global”.

Em um de seus primeiros meses de operação, o programa Fairview redirecionou para a agência 400 bilhões de registros de metadados de internet —que incluíam quem contatou quem e outros detalhes, mas não o que disseram.

O programa também “redirecionou mais de 1 milhão de emails por dia para o sistema de seleção de palavras-chave” na sede da agência em Fort Meade, Maryland. Enquanto isso, o Stormbrew ainda estava se preparando para usar a nova tecnologia.

Em 2011, a AT&T começou a entregar diariamente 1,1 bilhão de registros de chamadas domésticas por celular para a NSA depois de “um impulso para tornar esse fluxo operacional antes do 10º aniversário do 11 de Setembro”, indica um documento interno da agência.

Essa revelação é surpreendente porque, depois que Snowden revelou o programa de coleta de telefonemas dos EUA, funcionários de inteligência disseram a repórteres que, por razões técnicas, ele consistia em sua maioria de registros de telefones fixos.

Naquele ano, a NSA gastou US$ 188,9 milhões no programa Fairview, duas vezes a soma gasta no Stormbrew, seu segundo maior programa corporativo. (The New York Times)

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