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Colunistas Gigantes do transporte rodoviário lucram com a crise

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Crise gerada pela paralisação do transporte rodoviário tem dimensão bem maior. (Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

A proposta de ampliar o congelamento dos preços do diesel por até 60 dias, como forma de melhorar a relação com os caminhoneiros e dissipar a greve selvagem que afeta o Brasil, favorece ainda mais os grandes grupos empresariais do País e do exterior que controlam hoje o transporte rodoviário de cargas e passageiros no País.

Os caminhoneiros autônomos, que colocaram a cara ao tapa nesse movimento, é claro, também serão beneficiados. Mas o bolo maior ficará com os lucros das grandes empresas, beneficiadas com as medidas, e cujos empresários retiveram suas frotas para aumentar a dimensão da crise que encurralou o governo. Essa conta, que pagaremos todos, é estimada – por baixo – em 10 bilhões de reais até o final do ano.

O congelamento e a Petrobras

Ao optar pelo congelamento de preços dos combustíveis, o governo repete a fórmula que Lula e Dilma Rousseff aplicaram a partir de 2008. Essa fórmula (que durou até o ano passado), combinada aos atos de corrupção, sangrou a Petrobras em valores estimados entre 400 bilhões e meio trilhão de reais. A Petrobras apenas não quebrou porque “é nossa”, diriam os sindicalistas. Por muito menos, a Varig virou pó.

Eunício e Rodrigo: os políticos da paróquia

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) foram omissos na proposta de soluções sérias para a crise. Eunício busca a reeleição pelo Ceará. E Rodrigo quer ganhar maior visibilidade política e viabilizar, no mínimo, a sua difícil reeleição como deputado federal pelo Rio de Janeiro, embora ostente a pretensão ridícula de concorrer à Presidência da República. Enfim, o atual momento desnudou a real dimensão dos dirigentes do Congresso. Se alguém buscava por estadistas, bateu em porta errada.

Caminhões demais, cargas de menos

O Brasil tem muitos caminhões para menos cargas. Estima-se que existam no País uma frota ociosa de aproximadamente 25% dos caminhões. A demagogia dos governos Lula e Dilma vendeu milhares de caminhões via BNDES, estimulando caminhoneiros a se endividarem, sem que houvesse no mercado volume de cargas para que trabalhassem. Pelo contrário: desde 2008, os governos do PT acumularam sucessivas quedas no crescimento e a crise reduziu a movimentação de cargas no Brasil. Essa é uma das razões pelas quais a pauta das reivindicações dos grevistas exige que um percentual de cargas da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) seja reservado a eles.

Tamanho do lobby dos caminhões

Vejamos o peso econômico dos que estão nos bastidores dessa briga dos caminhoneiros por mais benefícios: enquanto no Brasil 66% das mercadorias são transportadas por caminhões, na China o índice é de 32%, mesmo percentual dos Estados Unidos, e na Rússia é de 5%. Já as ferrovias transportam de 15% a 25% da carga brasileira. As ferrovias russas transportam 81% das mercadorias, Estados Unidos 43% e China 32%. Nesses países, o modal hidroviário também participa da repartição do frete.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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https://www.osul.com.br/gigantes-do-transporte-rodoviario-lucram-com-a-crise/ Gigantes do transporte rodoviário lucram com a crise 2018-05-28
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