Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 12 de outubro de 2015
Glória Perez falou sobre sua carreira e um assunto que domina bem: o merchandising social nas novelas. Ela recordou que sua primeira campanha foi na novela “Partido Alto” (1984). “Decidi mostrar um subúrbio real e fui ao [bairro] Encantado [no Rio de Janeiro], lá descobri que eles não tinham ônibus. Coloquei a Sulamita [Marilu Bueno] chegando em casa com o sapato na mão, pois vinha andando de outro bairro. Logo colocaram ônibus passando lá. A partir daí, vi que poderia levantar temas muito maiores.” A escritora afirma que é preciso ter cuidado para expor as informações. “O segredo é criar simpatia, fazer o telespectador se colocar no lugar da personagem. Não resolvemos um assunto, mas jogamos para o país discuti-lo.”
Glória não esconde o orgulho de ser uma das que mais faz campanhas em suas tramas. “Introduzi no folhetim o jornalismo e realidade. Em ‘Barriga de Aluguel [1990]’ resolvi que entrevistaríamos personalidades diversas sobre de quem seria o filho gerado. Em ‘Explode Coração [1995]’ gravamos depoimentos das mães de crianças desaparecidas e colocamos no ar sem cortar a emoção delas. E nessa novela fui chamada de louca, por colocar um computador ‘falando’ com outro”, lembra, do tempo em que a internet estava longe de ser popular no Brasil.