Antes do período de recesso parlamentar, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara rejeitou, por 40 votos a 25, o relatório do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) que recomendava o prosseguimento da denúncia contra Temer e aprovou, por 41 a 24 um novo parecer, de autoria do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que recomendou ao plenário a rejeição da denúncia.
Um dos principais defensores de Temer na Câmara, Perondi afirmou que aqueles que votarem contra o presidente estarão indo contra a “proposta reformista” do governo e nenhum aliado que agir assim, afirmou, será tolerado.
“Quem não votar com o Brasil, indo contra a orientação do seu partido, deve sair, deve sair. E se não sair, vai ser saído. Ou é a favor do novo Brasil ou não é”, disse.
Em junho, dirigentes do PMDB decidiram fechar questão contra a denúncia e anunciaram que aqueles que votarem a favor da cassação do presidente serão punidos pelo partido, com advertência, perda de cargos e até mesmo expulsão.
Para que a denúncia seja aprovada e a Câmara autorize o Supremo Tribunal Federal a processar o presidente, são necessários os votos de pelo menos 342 dos 513 deputados.
Por isso, peemedebistas acreditam que a denúncia deverá ser rejeitada. Porém, nem todos os parlamentares da base aliada estão com o voto fechado com o governo. O PSDB não fechou questão sobre o assunto e deixou cada deputado votar de forma independente.
Esse posicionamento irritou Perondi, que afirmou que, sem o apoio do PMDB, o PSDB não tem força para conquistar a Presidência da República na eleição de 2018.
“Se o PSDB sonha em querer ter candidato à Presidência da República no ano que vem com sucesso, ele pode fazer esse sonho com o PMDB porque o PMDB sempre foi fundamental nas eleições do FHC e do PT. Então, PSDB com seu sonho de poder, só com o PMDB”, afirmou.
Entre os governistas, a intenção é votar a denúncia rapidamente. De acordo com o líder do DEM, deputado Efraim Filho (PB), o Brasil precisa parar de “sangrar”. “A sociedade cobra respostas rápidas e soluções reais para a crise”, declarou.
Segundo o parlamentar, há total interesse do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que a votação aconteça de forma rápida. “O Brasil precisa avançar nas suas agendas, voltar a crescer, retomar o rumo do desenvolvimento e recuperar os empregos perdidos”, afirmou. (AG)