Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 15 de dezembro de 2019
“O que se precisa entender é que todos temos que fazer um esforço, também no campo”, alertou Fernández
Foto: DivulgaçãoNeste domingo (15), o presidente Alberto Fenández pediu um “esforço” para o setor agrícola, o único que cresceu no último ano em uma Argentina em recessão, e confirmou que aplicará um imposto de 30% sobre as compras e viagens no exterior.
“O que se precisa entender é que todos temos que fazer um esforço, também no campo”, alertou Fernández. A fim de fortalecer os cofres públicos, o governo modificou, por decreto publicado no sábado (14), o esquema de direitos de exportação dos produtos agrícolas.
Trata-se de um imposto que sofre resistência pelo poderoso setor que batia de frente em 2008 com a ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015), atual vice-presidente, que fixou a taxa em 35%. O presidente peronista explicou que o decreto busca compensar a depreciação de cerca de 70% acumulada pela moeda desde janeiro de 2018.
O ex-presidente Mauricio “Macri colocou uma limitação [sobre o imposto] com uma quantia fixa de quatro pesos por dólar em um momento em que o dólar valia metade [36 pesos] do que vale hoje [63 pesos]”, explicou Fernández.
Depois de eliminar as taxas de exportação, exceto da soja, ao assumir em 2015, o ex-presidente liberal Mauricio Macri as reaplicou em 2018 em meio a uma crise financeira e cambial no país.
O ex-presidente, que tinha seu principal aliado no setor agrícola, estabeleceu um limite de 4 pesos para cada dólar exportado. Ao eliminar o esquema com uma quantia fixa, o imposto sobre as exportações de soja foi aumentado para 30%. Até agora era de 18% mais quatro pesos por dólar.
O trigo, o milho e outros grãos terão taxa de 12%, enquanto carnes, leite em pó, farinha e legumes de 9%. Os líderes do campo se reunirão na segunda-feira e já está circulando nas redes sociais uma convocação de protestos para esta quarta-feira, oito dias após a posse de Fernández.
O chefe de gabinete, Santiago Cafiero, informou neste domingo que um imposto de 30% será aplicado sobre a compras no exterior e passagens em dólares, além de serviços como Netflix e Spotify. “O imposto que será cobrado nas compras no exterior é de 30%, e não 20%. Tem uma lógica distributiva e de solidariedade”, disse Cafiero.