Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 19 de dezembro de 2015
O governo brasileiro vai segurar a aceitação do embaixador designado por Israel, Dani Dayan, até que Israel entenda que o “agrément” (como o jargão diplomático designa a luz verde) não será concedido e, em consequência, troque o nome. O site “Times of Israel” informa que o governo israelense só espera até o Natal pelo “agrément”.
Uma comparação com o que aconteceu com o novo embaixador argentino, Carlos Magariños, mostra claramente o gelo que o Itamaraty está aplicando a Dayan: Magariños foi indicado no dia 12 de dezembro e, no dia 15, já estava aprovado.
Parece que a confiança com Israel não é tão profunda: indicado em 5 de agosto, Dayan não recebeu o aval, quatro meses e meio depois. Seu antecessor, Reda Mansour, já se despediu oficialmente do Brasil, em almoço que lhe foi oferecido pelo Itamaraty no último dia 14.
Há dois problemas com Dayan. O Itamaraty não gostou do fato de que o Ministério israelense de Relações Exteriores anunciou a designação de Dayan publicamente, antes de comunicá-la ao governo brasileiro e receber deste o “agrément” de praxe. Além disso, houve várias gestões extraoficiais para apressar a aprovação de Dayan. Uma delas foi um telefonema do ministro israelense de Defesa, Moshe Yaalon, a seu par brasileiro, Jaques Wagner (também judeu), intercedendo pelo embaixador designado. (Clóvis Rossi/Folhapress)