Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 31 de maio de 2017
Com mais de mil contas bloqueadas envolvendo a Operação Lava-Jato, a Suíça admite que os bancos do país foram usados para “lavar” dinheiro da propina nos casos de ex-diretores da Petrobras, políticos e na Odebrecht. Num informe publicado nesta quarta-feira, 31, sobre suas atividades, o Departamento de Justiça Federal destaca o caso brasileiro como um exemplo da cooperação internacional e admite que o número de contas encontradas é “atípico”.
Mas também faz um alerta geral a todos os governos: um processo de investigação por corrupção pode ser barrado se um dos estados envolvidos se recusar a cooperar, principalmente quando a elite política do país estiver envolvida.
Com um terço da fortuna global depositados em seus bancos, as autoridades suíças adotam tradicionalmente uma cautela para falar sobre suas instituições financeiras. Mas com 42 bancos suíços envolvidos na Lava Jato e mais de US$ 1 bilhão congelados, o órgão que é o equivalente ao Ministério da Justiça reconhece a dimensão do caso.
De acordo com o Departamento de Justiça suíço, o “escândalo massivo de corrupção que chacoalhou o mundo dos negócios e político no Brasil ao seu coração” começou com prisões sem qualquer significado.
Mas, de acordo com o informe, procuradores brasileiros revelaram um sistema de corrupção centrado na Petrobras e Odebrecht. “Empresas brasileiras e estrangeiras subornaram diretores da Petrobras em troca de contratos. Em muitos casos, o volume extremamente elevado de dinheiro encontrou seu caminho até os políticos brasileiros”, disse.
No caso da Odebrecht, os suíços indicam que a empresa se beneficiou de contratos do governo. De acordo com as autoridades, o Ministério Público suíço está conduzindo processos criminais em diversas frentes sob a base de lavagem de dinheiro. (AE)