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Mundo Nicolás Maduro atribui o apagão na Venezuela à ataque hacker dos Estados Unidos

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Nicolás Maduro fala a apoiadores em Caracas. (Foto: Reprodução)

Após dias atribuindo o apagão que tomou conta do país a um ataque cibernético, o presidente venezuelano Nicolás Maduro detalhou que o sistema elétrico teria sofrido quatro ataques: dois cibernéticos, um eletromagnético e um causado por um incêndio em uma subestação elétrica no sul do país, “fundamental para a distribuição de energia”.

Do alto de um palanque, em uma manifestação convocada em resposta à marcha do líder opositor, Juan Guaidó, Maduro explicou que o “primeiro ataque cibernético internacional” ocorreu contra o “cérebro da empresa elétrica” do país às 19h de quinta-feira, quando tentavam reconectar o sistema para restaurar a energia. Segundo ele, este ataque afetou todos os sistemas e máquinas de reconexão.

Uma segunda invasão teria ocorrido quando tentavam restabelecer os processos manualmente, na madrugada de sábado.

“Descobrimos que eles estavam realizando ataques de alta tecnologia, o que nossos especialistas chamam de ataques eletromagnéticos, para sabotar o processo de reconexão. Isso afetou o restabelecimento da eletricidade que chegou a ser parcialmente realizado em Caracas e em alguns estados no leste do país, como Anzoátegui, Monagas, Nueva Esparta, Delta Amacuro e parte de Sucre.”

Maduro também citou um incêndio em uma subestação de transmissão, na madrugada de sábado. Por último, quando a luz voltou, durante a manhã, “houve um terceiro ciberataque”.

“Hoje, 9 de março, havíamos avançado quase 70% (no restabelecimento da eletricidade), quando sofremos, ao meio-dia, um novo ataque de caráter cibernético a uma das fontes de geração de energia, que funcionava perfeitamente, o que perturbou e derrubou tudo que havíamos conseguido”, disse o presidente a uma multidão de apoiadores no centro de Caracas.

Embora Maduro não tenha precisado uma data para a restauração da eletricidade, prometeu que ocorreria “nas próximas horas”, mas novamente pediu paciência e calma aos venezuelanos.

Em meio a um apagão intermitente, que começou na quinta-feira, Caracas amanheceu dividida entre apoiadores de Guaidó – que convocou uma nova manifestação – e do governo. Durante a manhã, o foco de tensão esteve no protesto da oposição, onde a Guarda Nacional Bolivariana tentou afastar manifestantes usando gás lacrimogêneo, uma demonstração de força mais intensa do que a registrada em eventos anteriores.

As marchas ocorrem menos de 48 horas após o apagão que deixou Caracas e praticamente todo o território nacional sem luz e 96% da população sem internet, segundo do observatório de medição Netblocks. Mais da metade do país permanece sem eletricidade há mais 40 horas ininterruptas.

Todos os olhos se voltaram desde quinta-feira para a represa de Guri, construída há quatro décadas como um dos maiores projetos hidrelétricos do mundo e, por muito tempo, a maior geradora de energia do país – ainda que a ausência de dados oficiais confiáveis torne impossível calcular quanta energia gera hoje. Esta é a origem do apagão que começou na quinta-feira: só 11 das 20 turbinas de geração de energia estão em funcionamento, segundo dados de Leonardo Vera, professor da Escola de Economia da Universidade Central da Venezuela (UCV).

“O sistema atravessa problemas importantes há muitos anos”, destaca ao “El País” o especialista em políticas públicas.

Diego Moya-Ocampo, da consultoria de riscos IHS, centra sua análise na falta de investimentos nas centrais hidrelétricas e nos projetos falidos do setor de energia termelétrica, que deveriam dar segurança ao sistema ante o colapso de Guri.

“A partir do momento em que Chávez começa a nacionalizar as empresas de eletricidade, se inicia um processo de falta de investimento e manutenção em toda a rede”, afirma ao jornal espanhol.

Em Guri é onde mais se nota esta falta de investimentos: a falta de recursos destinados à manutenção e melhoras nos últimos anos se traduziu em “vários colapsos” desde 2010.

“Mas este é o colapso de maior escala: não só falhou Guri com também os sistemas alternativos”, acrescenta Moya-Ocampo. “Simplesmente não se está gerando o suficiente para poder atender a demanda.”

Os apagões, uma dor de cabeça nacional, tiveram um notório impulso com a saída do negócio das companhias privadas e regionais. Depois da falha nacional no abastecimento, ocorrida em 2007, produto de uma sobrecarga do Sistema Elétrico Nacional, Hugo Chávez anunciou a criação, em 2008, da Corporação Nacional Elétrica (Corpoelec). Com ela foram centralizados os serviços elétricos do país, e com ela, também, começou uma decadência progressiva do serviço.

Mas a falta de investimentos, o êxodo de profissionais especializados, a má gestão do sistema elétrico venezuelano e a incapacidade da rede de centrais termelétricas que deveria atuar como salvaguarda ante a queda da hidrelétrica de Guri (a maior do país sul-americano, no estado de Bolívar), agravaram a situação.

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