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Por Redação O Sul | 11 de novembro de 2015
A esquerda portuguesa aprovou nessa terça-feira uma moção de rejeição com a qual derrubou o governo do premiê conservador Pedro Passos Coelho. A decisão abre caminho para que uma administração liderada por socialistas termine com anos de medidas de austeridade. A moção foi aprovada por 123 votos a favor e 107 contra, anunciou o presidente da Assembleia Nacional, o socialista Eduardo Ferro Rodrigues.
Como estava previsto, sua queda aconteceu 11 dias após tomar posse, graças à aliança de socialistas com marxistas e comunistas, que juntos contam com maioria absoluta na câmara, com 122 cadeiras do Parlamento. Passos Coelho ganhou as eleições de 4 de outubro com cerca de 39% dos votos, seis pontos a mais que o segundo colocado, o líder socialista António Costa, uma vitória insuficiente para revalidar a maioria com a qual contou na legislatura anterior.
Mas a coalizão de direita do premiê Pedro Passos Coelho, no poder desde 2011, perdeu a maioria absoluta depois de adotar uma impopular política de austeridade por quatro anos.
O comitê central do Partido Comunista português aprovou no domingo a formação de um governo socialista, apoiado pela união de esquerda durante “uma legislatura de quatro anos”. A comissão nacional do Partido Socialista, uma instância interna, aprovou no sábado o programa de governo apresentado por seu líder, Antonio Costa, fruto das negociações com os comunistas, com o Bloco de Esquerda e com os Verdes.
Costa criticou o governo por ser “submisso” em relação ao restante da Europa e por fazer mais corte do que os exigidos de credores. Espera-se que nas próximas semanas ele se torne o novo premiê de Portugal. (AG)