Brasil Governo federal prepara medidas para aumentar exportação de veículos
Por Redação O Sul | 10 de julho de 2015
O governo federal prepara medidas para ampliar a exportação de veículos em um momento de forte queda da produção do setor automotivo. Uma nova reunião será marcada com as montadoras em 15 dias, disse o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Moan, após um encontro com autoridades e representantes de bancos públicos no Palácio do Planalto nessa quinta-feira.
“Entre os assuntos discutidos estão várias medidas adicionais à exportação”, disse o dirigente da Anfavea a jornalistas. Entre as medidas em análise pelo governo estão o financiamento por bancos públicos ao segmento de autopeças e a redução do Imposto de Importação em acordos comerciais específicos. O setor também pediu celeridade do governo nas negociações de acordo automotivo com a Colômbia, o Peru e o Uruguai.
“Algumas medidas não receberam análise profunda e houve pedido para que o grupo técnico aprofundasse essa análise”, disse Moan. Participaram do encontro com a Anfavea e montadoras nessa quinta-feira os ministros Nelson Barbosa (Planejamento), Armando Monteiro Neto (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Aloizio Mercadante (Casa Civil) e representantes do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que deveria participar do encontro, não esteve presente devido a uma reunião com o vice-presidente Michel Temer no mesmo horário. Mais cedo, uma fonte do governo informou que a União queria rapidez na definição das ações para estimular as exportações e conter a queda na produção e que as medidas seriam anunciadas ainda nesta quinta-feira.
PIB
Responsável por boa parte do PIB (Produto Interno Bruto) industrial do País, o setor automotivo encerrou o primeiro semestre com queda de 18,5% na produção. O índice ficou acima do ritmo previsto para este ano pela Anfavea, de 17,8%. Para Moan, as vendas da indústria automotiva devem ficar estáveis no segundo semestre, depois da queda no primeiro.
No mês passado, o governo apresentou um Plano de Exportação sustentado pela ampliação em 2,9 bilhões de dólares, ante 2 bilhões de dólares, dos recursos do BNDES para pós-embarque neste ano. Também foi anunciado o aumento em 15 bilhões de dólares do limite para aprovação de novas operações do Fundo de Garantia às Exportações.
Câmbio
Com a demanda interna enfraquecida pelo desaquecimento da economia, governo e montadoras buscarão ajustar os estoques e conter a forte queda na produção. Para isto, apostam na ampliação das exportações em um momento em que o câmbio está mais favorável às vendas externas.
Na época em que o governo anunciou o Plano de Exportações, a presidenta Dilma Rousseff havia dito que o novo patamar de câmbio é um estímulo às exportações. Segundo a presidenta, os recursos para ampliar o financiamento às exportações não seriam contingenciados mesmo em um momento marcado por forte ajuste fiscal das contas públicas.
Emprego
O número de postos de trabalho na indústria automotiva caiu pelo vigésimo mês seguido. No acumulado do primeiro semestre, a queda no emprego é de 9,6%.
O cálculo é baseado nas informações divulgadas pela Anfavea e considera os trabalhadores empregados pelas empresas que fazem parte da entidade. Atualmente, há 136,9 mil funcionários nas montadoras instaladas no Brasil. Em outubro de 2013, eram 159,6 mil.
Quando se considera o primeiro semestre de 2015, foram fechados 7,7 mil postos de trabalho dentre as montadoras associadas à Anfavea. A queda no emprego acompanha a produção de veículos no Brasil, que caiu 14,8% em junho sobre o mesmo período de 2014.
