Quinta-feira, 28 de março de 2024
Por Redação O Sul | 9 de março de 2017
A falta de chuvas e o baixo armazenamento de água nos reservatórios das hidrelétricas devem levar a um uso maior das usinas termelétricas nos próximos meses, o que, se confirmado, vai provocar o encarecimento das contas de luz.
A previsão está em uma nota divulgada na quarta-feira (08) pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, que reúne representantes de diversos órgãos do governo ligados ao setor. “Apesar de assegurado o abastecimento de energia para o ano de 2017, as condições hidrológicas desfavoráveis deverão levar a despachos térmicos mais volumosos, significando um aumento no custo da operação do sistema”, diz a nota.
O sistema elétrico brasileiro prevê o aumento do uso de termelétricas no País para poupar água dos reservatórios das hidrelétricas. Entretanto, quanto mais térmicas acionadas, maior o custo de geração de energia. Isso porque as termelétricas queimam combustíveis, como gás natural, óleo e carvão, para gerar energia. A energia gerada por elas é, portanto, mais cara do que a produzida pelas hidrelétricas.
Desde 2015, está em vigor no País o sistema de bandeiras tarifárias, que criou uma cobrança extra nas contas de luz. Os recursos são usados para cobrir custos adicionais criados pelo uso das termelétricas. Pelo sistema, a cor da bandeira muda de acordo com o custo da produção de energia no País, que é influenciado, portanto, pelo uso maior ou menor das termelétricas.
Se nos próximos meses o uso de termelétrica aumentar, a bandeira pode mudar de cor, passando para um dos dois patamares de vermelho, o que elevaria a cobrança extra para até R$ 3,50 para cada 100 kWh consumidos. Em 2016, os brasileiros pagaram R$ 3,3 bilhões a mais nas contas de luz, via bandeiras tarifárias, para cobrir custos extras do setor elétrico. (AG)