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Brasil Governos e empresas da América Latina não investem o suficiente para se proteger de ataques na internet, alerta um especialista

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Região é a mais vulnerável do mundo a esse tipo de ação. (Foto: Reprodução)

Governos e empresas da América Latina não investem o suficiente para se proteger de ataques online feitos por outros países e, por isso, a região é a mais vulnerável do planeta a esse tipo de ação. A análise é de Julián Dana, 47 anos, diretor para a região da Mandiant, um braço da americana FireEye, uma das principais empresas de cibersegurança no mundo.

Dentre os casos em que atuou estão a investigação do roubo por hackers de documentos da Sony em 2014 e do ataque online contra o banco central de Bangladesh dois anos depois. Ambos foram atribuídos à Coreia do Norte, exemplificando o que o executivo vê como uma tendência: o aumento de ataques feitos por governos com motivação política ou financeira.

“Para um país, é mais fácil montar e investir em um exército de soldados cibernéticos do que comprar um arsenal”, afirma Dana. Questionado se a quantidade de ataques virtuais está aumentando globalmente, ele pondera: “Acho que há mais repercussão do que fatos, efetivamente. Um banco perde dinheiro, outro também, agora vemos isso seguidamente, a imprensa divulga. Mas na verdade sempre aconteceu, nós só não sabíamos. E vai continuar acontecendo”.

Ainda segundo ele, muitos dos incidentes desse tipo no Brasil, Chile, Equador e México não começaram agora, podem ter ocorrido dois anos atrás: “Temos casos em que o banco percebe uma grande transferência, viu que perdeu dinheiro e, quando analisamos, o problema se deu em 2016”.

Estratégia

Dana acredita que empresas e governos têm prestado mais atenção nesses ataques. “Acho que, para perceber que precisa de mais segurança, há dois jeitos. Um é você ser atingido. Alguém ataca minha casa ou a do vizinho e vou colocar uma porta blindada, vou colocar um seguro melhor. O outro é um executivo, por exemplo, que pensa: não quero aparecer no jornal sendo roubado, então vamos fazer segurança”, compara.

Quais áreas procuram mais proteção no setor público? “Trabalhamos muito com o setor militar, bancos centrais e de desenvolvimento e a área de aposentadoria e trabalhista. Isso é importante também para proteção de dados, porque essas entidades possuem informações que podem ser usadas para prejudicar as pessoas economicamente”, situa o especialista.

Ele avalia que, do ponto-de-vista de espionagem, o Brasil tradicionalmente é um alvo mais visado, então governos interessados em políticas de comércio, em eleições, como temos visto, podem roubar dados para fazer propaganda contra uma posição política, por exemplo.

“É importante que o governo transmita segurança, inclusive para o setor financeiro. Tem uma questão de imagem. Se o sistema de transferência de um país vira alvo, pode levar outros a pensar duas vezes antes de investir”, considera.

O Brasil está mal protegido, nesse aspecto? Para Dana, trata-se de uma questão regional: “Enquanto os Estados Unidos e a Europa estão melhorando, e ultimamente a Ásia também, a capacidade de detecção desse tipo de ameaça está muito atrasada na América Latina. Os processos são muito velhos, as empresas estatais fazem análises de uma maneira muito antiga. Pode dar certo, mas é muito devagar, não vai pegar o atacante no momento que ele ataca”.

“E não adianta só proteger o Banco Central”, alerta. “O governo brasileiro precisa ter mais maturidade em segurança, ter mais programa de detecção e resposta, precisa investir mais”, prossegue. “Nós mostramos em diversos países um caso que aconteceu com um governo e perguntamos: vocês têm a capacidade para responder a um ataque assim? A resposta é não.”

 

tags: Brasil

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https://www.osul.com.br/governos-e-empresasda-america-latina-nao-investem-o-suficiente-para-se-proteger-de-ataques-na-internet-alerta-um-especialista/ Governos e empresas da América Latina não investem o suficiente para se proteger de ataques na internet, alerta um especialista 2018-08-05
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