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Armando Burd Gravador que é uma granada

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Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

O Brasil concentra o maior paiol entre os países democráticos do mundo. Os primeiros explosivos foram ouvidos em Curitiba. Ontem, os donos do frigorífico JBS puxaram o pino da granada de forma surpreendente. Envolvidos até o pescoço com financiamentos suspeitos do BNDES, integravam a lista de amigos com trânsito livre no Palácio do Planalto. Os estilhaços atingem diretamente o presidente Michel Temer, cuja permanência no poder tornou-se duvidosa.

Efeito devastador 

Cada vez mais, a Lava-Jato se assemelha à Operação Mãos Limpas ocorrida na Itália a partir do começo dos anos 1990. Este foi o balanço: 2 mil e 993 mandados de prisão expedidos; 6 mil e 59 pessoas sob investigação, incluindo 872 empresários, 1 mil e 978 administradores públicos, 438 parlamentares e quatro ex-primeiros-ministros.

Não dá para ficar fora

Em gabinetes atapetados e com ar condicionado, está sendo elaborado o orçamento federal de 2018. Fixará limites das despesas com pessoal e da dívida pública, determinando a criação de mecanismos para manter o equilíbrio das contas. O prazo para entrega no Congresso Nacional será 31 de agosto. Costumeiramente, a votação atrasa, menos em função da análise e mais por desatenção.

O que falta

Pouco se sabe sobre a preparação dos orçamentos da União, dos Estados e dos Municípios. Mesmo que os eleitores deleguem poderes aos detentores de cargos públicos, deveria haver uma porta aberta para acompanhar. Não se trata aqui do Orçamento Participativo na forma conhecida, que propõe a aplicação de recursos em obras.

Quem paga impostos tem o direito de conhecer o processo. Caso contrário, fica apenas nas mãos de tecnocratas. A história mostra que eles mais erram do que acertam. Se acertassem tanto quanto imaginam, os governos não chegariam à penúria de hoje.

A gestão do dinheiro público não pode continuar sendo uma matriz de más ideias funcionando. O mínimo que a sociedade precisa saber é, antecipadamente, o valor que pagará para tentar sair da crise que não gerou.

Tentativa

O drama do desemprego poderia ser minorado se trabalhadores e empresários sentassem para discutir seus problemas. O governo ficaria fora porque reiteradas vezes já demonstrou incompetência. A começar pelo fato de que não consegue pagar a folha de seus funcionários.

A grande contribuição o poder público jamais dará: desonerar a produção de um dos impostos mais pesados do mundo.

Coisa pequena

Em 2005, os valores eram outros: Severino Cavalcanti entregou o mandato e a presidência da Câmara dos Deputados por pequenas quantias de dinheiro. Montou o mensalinho para permitir a exploração do restaurante e lanchonetes no Legislativo. Mais alguns trocados arrancados para financiar campanhas de pessoas de sua família. Era um caricato e burlesco. Não se imaginava que 11 anos depois, surgiria o esquemão pesado de Eduardo Cunha.

Definição

A crise da Previdência Social se resume a uma expressão: foi da assepsia à infecção.

Sem mordomia 

Furou o balão de ensaio do governo que queria autorizar a compra de passagens aéreas em classe executiva para autoridades.

Antes e depois

Quando o ex-presidente Lula declara que um apartamento triplex é pequeno para sua família, os antigos companheiros de portão de fábrica entram em parafuso.

Não demorou muito 

O presidente francês nomeia gabinete fazendo aceno à direita e à esquerda. Mostra que aprendeu rápido a dançar conforme a música.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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