Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Hacker conta como chegou a arquivos de Deltan Dallagnol e os repassou a Glenn Greenwald e diz que não recebeu dinheiro pelo material

Compartilhe esta notícia:

Walter Delgatti já foi preso por documento falso, tráfico e por usar carteira falsa de delegado de polícia. (Foto: Reprodução de internet)

O hacker Walter Delgatti Neto contou à PF (Polícia Federal) como invadiu as contas do aplicativo de mensagens Telegram do ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança) e de outras autoridades. O suspeito está preso.

Walter Delgatti Neto: conta como chegou aos arquivos de Deltan Dallagnol; revela que a ex-deputada federal Manuela d´Ávila (PCdoB) foi a intermediária entre ele e o jornalista Glenn Greenwald, do Intercept, que começou a publicar o conteúdo das mensagens em 9 de junho; diz que não recebeu nenhum dinheiro em troca do diálogo e diz que sempre se comunicou com Glenn de maneira virtual, sem revelar a própria identidade.

Desde junho, o site Intercept Brasil, do jornalista Glenn Greenwald, publica reportagens com trechos de diálogos atribuídos a Sérgio Moro, ex-juiz federal, e a integrantes da força-tarefa da Operação Lava-Jato. O site não revelou a fonte nem como obteve os registros das conversas.

Walter Delgatti Neto e outros três suspeitos foram presos na última terça-feira (23), apontados como responsáveis pela invasão de telefones de autoridades. Segundo a Polícia Federal, mais de mil pessoas podem ter sido alvos do grupo.

De acordo com a transcrição do depoimento, concedido no último dia 23 ao delegado Luiz Flavio Zampronha, na sede da Polícia Federal em Brasília, ele disse que não editou os diálogos e que não conseguiu obter nenhum conteúdo das contas de do ministro Sérgio Moro no aplicativo Telegram.

Acrescentou, ainda, que, por meio de um sistema de armazenamento de arquivos em nuvem, enviou os registros das conversas ao jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept. “[Walter Delgatti disse] que pode afirmar que não realizou qualquer edição dos conteúdos das contas de Telegram das quais teve acesso. [Acrescentou] que não acredita não ser possível fazer a edição das mensagens do Telegram em razão do formato utilizado pelo aplicativo”, diz trecho.

Walter Delgatti Neto também disse que não recebeu dinheiro para hackear os telefones de autoridades e que “não exerce nenhuma profissão remunerada, obtendo seus rendimentos de aplicações financeiras que possui”.

Como chegou aos arquivos

Walter Delgatti relatou que começou a obter os telefones de autoridades a partir do acesso ao celular do promotor de Justiça Marcel Zanin Bombardi, de Araraquara (SP), que havia oferecido denúncia contra ele por tráfico de drogas.

Por meio da agenda da conta do Telegram do promotor, disse o hacker, teve acesso ao número de telefone de um procurador da República, que ele afirmou não lembrar o nome, que participava de um grupo de mensagens chamado “Valoriza MPF”.

Ainda de acordo com o Delgatti, com base na agenda deste procurador da República, ele conseguiu acesso ao número de telefone do deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) – um dos líderes do Movimento Brasil Livre, que ganhou notoriedade no país ao atuar nas manifestações que pediram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

O hacker relatou que, com base na agenda do Telegram de Kim Kataguiri, obteve o número de celular do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). A partir do acesso ao celular do magistrado, contou Delgatti, conseguiu o número de telefone do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.

Segundo ele, com a agenda de Janot, conseguiu os telefones de procuradores da República que integram a força-tarefa da Lava-Jato, entre os quais Deltan Dallagnol, Orlando Martello Júnior e Januário Paludo. Walter Delgatti afirmou que todos os acessos às contas das autoridades ocorreram entre março e maio deste ano.

Delgatti disse que não acessou as contas de Telegram da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), do ministro da Economia, Paulo Guedes, “ou de qualquer outra autoridade do atual governo federal”.

Como chegou a Glenn Greenwald

Segundo o depoimento, Delgatti disse que buscou contato com o jornalista Glenn Greenwald por saber da atuação dele no caso relacionado ao vazamento de informações do governo dos Estados Unidos conhecido como caso Snowden.

Ele afirmou ainda que o conteúdo repassado a Greenwald foi obtido exclusivamente nas contas das autoridades no Telegram e que nunca recebeu nenhuma quantia para entregar o material ao jornalista.

Durante o depoimento, Walter Delgatti disse que chegou a Glenn Greenwald por meio da ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS). Ele disse ter conseguido o telefone da ex-candidata a vice-presidente ao acessar a lista de contatos do Telegram da ex-presidente Dilma Rousseff.

 

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

O retorno da chuva ao Rio Grande do Sul deixa a Defesa Civil em alerta para os níveis dos rios no Estado
Hacker que está preso não explicou como ganhou dinheiro para viver de aplicações
https://www.osul.com.br/hacker-conta-como-chegou-a-arquivos-de-deltan-dallagnol-e-os-repassou-a-glenn-greenwald-e-diz-que-nao-recebeu-dinheiro-pelo-material-2/ Hacker conta como chegou a arquivos de Deltan Dallagnol e os repassou a Glenn Greenwald e diz que não recebeu dinheiro pelo material 2019-07-27
Deixe seu comentário
Pode te interessar