Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 13 de junho de 2017
Sites do governo do Distrito Federal foram invadidos por hackers e adulterados com imagens e textos de oposição ao presidente Michel Temer no domingo (11). A Casa Civil do governo local diz que solucionou o problema no mesmo dia mas, na segunda (12), sites de busca ainda mostravam ofensas direcionadas a Temer, vinculadas ao portal oficial do governo do DF.
“Não pretendo começar isso com um discurso clichê de fora temer, mas primeiramente [expressão chula] Michel Temer e pra toda sua bancada”, dizia a mensagem. Até as 20h, o texto continuava disponível em plataformas de busca, embora o site institucional já tivesse sido recuperado.
Em nota, o Palácio do Buriti diz que “o problema foi identificado e que configurações de segurança foram implementadas para evitar novos ataques”. Ainda segundo o GDF, a equipe de tecnologia enviou um pedido ao Google para a atualização dos bancos de dados, que poderia resultar na retirada dos xingamentos a Temer.
Confira a íntegra do comunicado:
“O governo de Brasília informa que as equipes de Tecnologia da Informação da Secretaria da Casa Civil, Relações Institucionais e Sociais e da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão atuaram com agilidade assim que parte dos sites do governo foram hackeados. O problema foi identificado e novas configurações de segurança estão sendo implementadas para evitar novos ataques.
Vale esclarecer que o episódio de hoje é chamado de pichação de sites e que não houve acesso a nenhum dado público. As páginas das Administrações Regionais, da Orla Livre e o portal Brasília estão fora do ar e serão normalizados o mais brevemente possível.
O ataque de hoje em nada se relaciona ao novo Datacenter do governo, cuja ampliação aumentou a capacidade física de armazenamento de dados, além de ampliar a segurança ao acesso físico de servidores. A invasão de hoje está relacionada a parte lógica (uso de softwares) e não de hardwares, como é o caso do Datacenter.”
Em abril, o GDF unificou todos os seus sistemas de servidores digitais para, segundo o governo, “prevenir possíveis ataques hackers” e deixar de pagar aluguel a empresas de TI. Durante a apresentação do projeto, Rollemberg disse que a central criada para guardar máquinas e dados de rede corporativa iria trazer mais segurança ao fluxo de dados e a gestão de políticas públicas.
Invasão
No ano passado, os sistemas de informática do governo do Distrito Federal sofreram 52.031 tentativas de invasão, segundo a Secretaria de Planejamento. Em 12 oportunidades, “hackers” conseguiram de fato acessar os servidores, informou a pasta que administra a infraestrutura tecnológica do GDF.
A secretaria afirma que o acesso ocorreu basicamente em páginas que mantêm fóruns ou comentários abertos, sem moderação, com propagandas e anúncios que não comprometem a segurança dos sites do governo e por isso, não houve nenhum tipo de vazamento de dados.
Comparando com os números de 2015, a quantidade de tentativas de invasão cresceu 665%. Naquele ano, houve 6,8 mil iniciativas frustradas, e um ataque efetivo.
Mundial
Em maio, diferentes empresas em todo o mundo registraram ataques de hackers. Os equipamentos de informática infectados com um vírus do tipo “ransomware“, que bloqueia os arquivos até o pagamento de um resgate. Houve registro de computadores infectados em Espanha, Taiwan, Rússia, Portugal, Ucrânia, Turquia e Reino Unido, além do Brasil. No Reino Unido, o vírus fez entrar em colapso o Serviço Nacional de Saúde.
O “ransomware“ é um pequeno programa informático, que se oculta em um arquivo de aparência inofensiva. Uma vez infectado, o usuário não pode ter acesso a seus arquivos enquanto não for pago um resgate. O valor do resgate aumenta à medida que o tempo passa.