Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 8 de julho de 2019
Herdeiro da empreiteira OAS, o empresário Cesar Mata Pires Filho , 41 anos, sofreu um infarto durante depoimento à 13ª Vara Federal de Curitiba na tarde desta segunda-feira. O empresário dava explicações sobre um caso em que é acusado pela Lava-Jato de pagar propinas ao PT e a agentes públicos na construção de um prédio da Petrobras em Salvador. As informações são do jornal O Globo.
Cesar estava respondendo perguntas do juiz Luiz Antonio Bonat, quando começou a se sentir mal e bateu com a cabeça na mesa da audiência. Diante da gravidade do caso, funcionários da Justiça Federal acionaram uma unidade do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para prestar atendimento médico. A audiência foi suspensa diante do incidente.
Após o atendimento de urgência, o empresário foi encaminhado para o Hospital Santa Cruz, em Curitiba. Por volta das 19h, foi submetido a procedimento cirúrgico, de acordo com fontes que o acompanham. Procurada, a assessoria de comunicação do hospital afirmou que não poderia comentar sobre o estado de saúde de seus pacientes. Uma nova audiência foi convocada pelo juiz para setembro.
Cesar Filho chegou a ser preso no fim do ano passado e foi solto após pagar uma fiança de R$ 28 milhões.
O pai dele, Cesar Mata Pires, fundador da OAS, morreu em 2017 aos 67 anos vítima de um infarto.
Delator da OAS nega pressão da Lava-Jato para incriminar Lula
Em carta enviada ao jornal Folha de S. Paulo, o empresário Léo Pinheiro, ex-executivo da construtora OAS , afirmou que não mentiu em sua delação premiada e não foi coagido pelos procuradores da Operação Lava-Jato para incriminar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Reportagem publicada pela “Folha” em parceria com o site “The Intercept” dizia que a delação de Pinheiro era tratada com desconfiança pelo MPF (Ministério Público Federal) de Curitiba. Uma suposta troca de mensagens entre procuradores mostraria que ele então mudou várias vezes a versão sobre a reforma do triplex do Guarujá e atribuiu as obras a um pagamento de propina para o ex-presidente.
O jornal O Globo revelou no último mês de janeiro que o empresário assinou uma colaboração com a PGR (Procuradoria-Geral da República), ainda não homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Na carta, Léo Pinheiro afirma que optou pela delação não por pressão de autoridades, mas “como forma de passar a limpo erros que cometi”. Ele cita encontros com Lula e destaca que reformas feitas não foram “presentes”.
“Preciso dizer que as reformas não foram um presente. Os empreendimentos da Bancoop assumidos pela OAS apresentavam grandes passivos ocultos, com impostos, encargos que não deveriam ser assumidos pela OAS. Em paralelo, João Vaccari cobrava propina de cada contrato entre OAS e Petrobras. Combinei com Vaccari que todos os gastos do triplex e sítio seriam descontados da propina. Repito, esse encontro de contas está provado por uma mensagem minha trocada na época dos fatos, devidamente juntada no processo e ainda pelo depoimento do diretor da empresa”, afirma em trecho da carta.