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Mundo Hiperinflação, tombo de 60% do PIB em seis anos, crise do petróleo: entenda o colapso econômico da Venezuela

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Tensão cresce diante da possibilidade de intervenção internacional. (Foto: Reprodução/Twitter)

A situação na Venezuela vem ganhando contornos de tragédia há alguns anos, mas as condições políticas e sociais se deterioraram sensivelmente nos últimos meses. Hiperinflação, tombo de 60% do PIB em seis anos, crise do petróleo: saiba como o país chegou ao colapso econômico.

Economia

Em 2018, o PIB venezuelano caiu 18%. O FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial projetam que o PIB (Produto Interno Bruto) da Venezuela irá recuar 25% em 2019. Com isso, a queda acumulada do PIB venezuelano deverá chegar a 60% em 6 anos.

Já a inflação do país deverá chegar até o final do ano em 10.000.000%, segundo as estimativas dos órgãos internacionais. Isso significa você multiplicar por 100 mil o preço de um produto.

Em relatório publicado no começo de abril, o Banco Mundial atribuiu a “implosão” da Venezuela à gestão da economia, além da queda nos preços internacionais do petróleo.

O presidente Nicolás Maduro atribui a crise à “guerra econômica” dos Estados Unidos e das empresas, mas críticos do governo e economistas dizem que as distorções se devem ao modelo de controles estatal e a má administração.

Crise do petróleo

A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo – e o recurso é praticamente a única fonte de receita externa do país.

Até 2014, o governo venezuelano, que controla a exploração, foi beneficiado pela valorização do produto, que permitiu inclusive o financiamento de obras e projetos. Naquele ano, porém, o preço do barril no mercado internacional despencou, reflexo da demanda menor que a esperada na Europa e na Ásia, entre outros fatores. A Venezuela, portanto, passou a receber menos dinheiro pelo produto.

No início daquele ano, depois de ter alcançado um pico de US$ 138,54 em 2008, o preço do barril de petróleo era negociado a cerca de US$ 100 dólares e caiu pela metade no fim do ano. Atualmente, tem sido negociado ao redor de US$ 75.

A produção de petróleo no país caiu fortemente devido, em parte, à falta de recursos disponíveis para investimentos. Em 1999, a Venezuela produzia 3 milhões de barris por dia. No final do ano passado, eram cerca de 1,5 milhão, o volume mais baixo em 33 anos. Em março, encolheu para 960 mil barris.

A queda da produção é atribuída principalmente pela má gestão da PDVSA, a Petróleos de Venezuela, estatal que gere a exploração do recurso no país com exclusividade. Em 2007, Chávez ordenou que todas as empresas estrangeiras cedessem a maior parte do controle de suas atividades de exploração ao Estado venezuelanos. Companhias como a Exxon não aceitaram, tiveram bens confiscados e batalhas jurídicas por indenizações se desenrolam.

Hiperinflação

O governo passou a imprimir mais dinheiro para cobrir o rombo nas contas públicas e isso foi gerando cada vez mais inflação.

Em agosto de 2018, o governo de Maduro fez um corte de cinco zeros da moeda local, que passa a se chamar bolívar soberano. Mas a inflação de 1.000.000%, em 2019 passou a ser projetada em 10.000.000% ao ano.

O chavismo adotou uma espécie de controle artificial da inflação: obrigava os comerciantes a adotarem um preço abaixo do que eles gastavam para produzir, porque precisavam importar os insumos. Então, indústrias e comerciantes começaram a quebrar.

O Estado também viu seus gastos públicos aumentarem para conseguir manter os programas sociais, o que complicou ainda mais a situação fiscal do país. A dívida externa aumentou em cinco vezes, com estimativa do FMI de bater os US$ 159 bilhões neste ano, segundo a BBC. Em 2015, a dívida era de US$ 31 bilhões, segundo estimativas do FMI.

A hiperinflação e a crise econômica provocou uma pulverização da renda e a pobreza aumentou. Em 2017, o índice de pessoas na linha da pobreza no país de 30 milhões de habitantes chegou a 87%, um aumento de 40 pontos percentuais em três anos, segundo a Universidade Católica Andrés Bello.

Desabastecimento e sanções

Com o controle de preços, o setor privado foi levado a substituir a produção própria pelas importações mais baratas, subsidiadas pelo governo. A Venezuela passou a depender mais e mais de importações – de alimentos e medicamentos até pneus e peças de reposição para o sistema de metrô das grandes cidades.

A população também passou a sofrer com apagões e falta de água. Em março, uma sequência de blecautes paralisou boa parte da Venezuela por ao menos 11 dias.

Fome e êxodo

Desde 2015 venezuelanos cruzam diariamente a pé a fronteira com o Brasil em busca de melhor qualidade de vida.

A OEA (Organização dos Estados Americanos) prevê mais de 5 milhões de imigrantes da Venezuela em 2019, um fluxo migratório equiparado aos provocados por guerras como a da Síria e do Afeganistão. Os imigrantes estão majoritariamente na Colômbia (1,2 milhão), Peru (700.000), Chile (265.800), Equador (250.000), Argentina (130.000) e Brasil (100.000).

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https://www.osul.com.br/hiperinflacao-tombo-de-60-do-pib-em-seis-anos-crise-do-petroleo-entenda-o-colapso-economico-da-venezuela/ Hiperinflação, tombo de 60% do PIB em seis anos, crise do petróleo: entenda o colapso econômico da Venezuela 2019-04-30
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