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Por Redação O Sul | 25 de abril de 2017
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o adiamento do depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba, previsto para o dia 3 de maio, “não é problema meu” e que “quem marca [a data do depoimento] é o juiz Moro”.
“Eu não marquei dia 3 e nem desmarquei dia 3. A hora que for marcado o meu depoimento, eu estarei em Curitiba ou onde quer que seja, porque dentre todos, do Ministério Público, do Poder Judiciário e da imprensa, quem deseja a verdade só é o companheiro Lula”, disse, apontando para si mesmo.
O ex-presidente disse ainda que quer comparecer ao depoimento por ser “a primeira grande oportunidade em que eu não vou ser atacado e defendido pelas revistas, pelas televisões, pelos rádios, ou por quem quer que seja”.
“Eu vou ter, de viva voz, o direito de me defender. É o direito que eu tenho de falar, porque faz três anos que eu estou ouvindo”, disse, em referência aos três anos da Operação Lava-Jato. “Eu estou muito tranquilo, não estou preocupado com a data. A data quem marca é o juiz Moro”, completou.
Lula também falou sobre o andamento das investigações contra ele. “Agora parece que a prova contra mim é um pedágio”, afirmou. Na semana passada, a defesa de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, entregou à Justiça documentos para tentar comprovar que o petista foi beneficiado pela reforma de um triplex em Guarujá (SP). Entre eles, está o registro de que dois carros em nome do Instituto Lula passaram pelo sistema automático de cobrança dos pedágios a caminho do Guarujá entre 2011 e 2013. Não há, entretanto, informações que comprovem que as viagens tiveram como destino o apartamento no edifício Solaris. Ainda sobre a Operação Lava-Jato, Lula disse não ter “vergonha de ser político”.