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Por Redação O Sul | 12 de julho de 2017
Um iceberg de 1 trilhão de toneladas, um dos maiores já registrados, se desprendeu de um bloco de gelo gigantesco na Antártida, criando um perigo adicional para os navios ao redor do continente à medida que se desmancha, anunciaram nesta quarta-feira (12) os cientistas da Universidade de Swansea, no Reino Unido.
Em um comunicado, os especialistas em estudos antárticos da universidade indicaram que o desprendimento ocorreu entre 10 e 12 de julho, quando o iceberg se separou do segmento Larsen C do continente branco.
O iceberg gigante tem 5.800 quilômetros quadrados. “Ele pode permanecer inteiro, mas é mais provável que quebre em fragmentos. Parte do gelo pode permanecer na área por décadas, enquanto outras partes podem seguir para o norte, para águas mais quentes”, disse Adrian Luckman, professor da Universidade Swansea e principal pesquisador do projeto MIDAS, que vem monitorando a plataforma de gelo por anos.
Entenda
A Larsen C é a maior plataforma de gelo no norte da Antártida. As plataformas de gelo são as porções da Antártica onde a camada de gelo está sobre o oceano e não sobre a terra. Segundo cientistas, o descolamento do iceberg pode deixar toda a plataforma Larsen C vulnerável a uma ruptura futura. A plataforma tem espessura de 350 metros e está localizada na ponta oeste da Antártica, impedindo a dissipação do gelo.
Os pesquisadores vêm acompanhando a rachadura na Larsen C há muitos anos. Recentemente, porém, eles passaram a observá-la mais atentamente por causa de rupturas das plataformas de gelo Larsen A, em 1995, e Larsen B, em 2002.
No ano passado, cientistas afirmaram que a rachadura na Larsen C estava aumentando rapidamente. Mas, em dezembro, o ritmo aumentou a patamares nunca antes vistos, avançando 18 quilômetros em duas semanas.
Aquecimento global
Os cientistas dizem, no entanto, que o fenômeno é geográfico e não climático. A rachadura existe por décadas, mas cresceu durante um período específico. Eles acreditam que o aquecimento global tenha antecipado a provável ruptura do iceberg, mas não têm evidências suficientes para embasar essa teoria.
No entanto, os cientistas permanecem preocupados sobre o impacto do descolamento desse iceberg do restante da plataforma de gelo, já que a ruptura da Larsen B ocorreu de forma muito semelhante.
Como vai flutuar sob temperatura constante, o iceberg não aumentará o nível dos mares. Mas novas rupturas na plataforma podem acabar dando origem a geleiras que se desprenderiam em direção ao oceano. Uma vez que esse gelo derrete, afeta o nível dos mares. Segundo estimativas, se todo o gelo da Larsen C derreter, o nível dos mares aumentaria cerca de 10 centímetros. Há poucas certezas absolutas, contudo, sobre uma mudança iminente no contorno da Antártida.