Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 31 de agosto de 2017
A quinta-feira marcou no calendário a passagem de um ano desde que Dilma Rousseff sofreu o impeachment. Se era para “estancar a sangria” ou não, como sugerido em gravação, entre outras possíveis motivações, o impedimento da primeira presidente mulher do País, do PT, ganhou o apoio de muitos parlamentares, mesmo que os crimes supostamente cometidos por ela não estivessem tão claros, como alertaram diversos juristas do País.
Foram 61 votos favoráveis e 20 contrários ao impeachment no Senado naquele 31 de agosto. Na Câmara, a abertura do processo de impeachment tinha sido aprovada por 367 votos a favor, 137 votos contra e 7 abstenções.
Judiciário
Para pesquisadores da Ciência Política e da Sociologia, o saldo de um ano do impeachment de Dilma foi positivo, ao menos em um setor: o Ministério Público, a Polícia Federal e mesmo o Judiciário foram fortalecidos. Essa é a avaliação do cientista político do Insper Carlos Melo e do professor aposentado de sociologia da USP Brasilio Sallum, autor do livro O Impeachment de Fernando Collor.
“O Ministério Público e a Polícia Federal, e mesmo o Judiciário, se fortaleceu na medida em que adquiriram certa autonomia, independência. O problema é o que eu disse, ao mesmo tempo que elas se fortalecem, produzem escândalos pelas investigações, o que aprofunda a crise nas outras instituições, como no Legislativo”, apontou Sallum.
Legislativo
Na mesma linha, Melo avalia que os parlamentares não conseguiram demonstrar “mudanças de mentalidade e métodos”, como as outras instituições. parecem fazer parte de um outro mundo, que precisa ser superado. “Partidos e as lideranças políticas parecem fazer parte de um outro mundo, que precisa ser superado. Esse anacronismo nós tem custado esta crise continuada na política e na economia”, afirmou.