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Por Redação O Sul | 7 de dezembro de 2015
Com a recessão mais prolongada, a piora do desemprego e a contínua deterioração dos indicadores da economia, a inadimplência deve continuar em alta e só ceder a partir de 2017. A tendência é apontada pela ANBC (Associação Nacional de Birôs de Créditos), entidade recém-criada que reúne as maiores empresas desse segmento e economistas de entidades do setor de crédito e financiamento.
São 59 milhões de consumidores (CPFs) impedidos de obter crédito até o fim de outubro deste ano, de acordo com estimativa da associação. Juntos, eles somam 255 bilhões de reais em dívidas em atraso (30 a 60 dias) com bancos (financiamento de carros, imóveis etc.) ou contas de luz, água, telefonia, além de débitos com o varejo. No final de agosto, eram 57,2 milhões de pessoas incluídas no cadastro de inadimplentes, com 246 bilhões de reais de dívidas.
O total de devedores em outubro foi projetado pela Serasa Experian, uma das empresas da ANBC. Ainda é uma estimativa porque desde setembro voltou a vigorar em São Paulo uma lei estadual que obriga o envio de carta registrada (AR, ou com aviso de recebimento) para o devedor, antes de incluir seu nome em cadastros de inadimplência (as listas sujas).
Como parte dos devedores se recusa a assinar a carta AR e parcela das empresas deixou de enviá-las (porque elas têm custo maior do que as cartas simples), uma fração das dívidas não está sendo negativada (entrando no cadastro), segundo as empresas de proteção de crédito. O assunto está sendo avaliado pela Justiça, após as empresas do segmento e a ANBC questionarem a lei, e deve ser julgado na quarta-feira (09). (Folhapress)