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| Indicado para o Supremo, Alexandre de Moraes tentou beneficiar réus no processo do mensalão

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Após ser indicado por Temer para o STF, Moraes foi afastado por 30 dias do Ministério da Justiça (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

No início do julgamento do mensalão, em 2012, o advogado Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça do governo Lula, tentava convencer os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) de que a ação deveria ser desmembrada, enviando para a primeira instância o caso dos 35 réus que não tinham foro privilegiado. Só deveria ficar no Supremo, segundo Bastos, o que se referia aos três réus deputados federais.

Para isso, Bastos contratou um parecer do colega Alexandre de Moraes. Em 64 páginas, Moraes sustentou que era inconstitucional o STF julgar diretamente réus sem foro. Se a tese fosse aceita, o cliente de Bastos, o ex-diretor do Banco Rural José Roberto Salgado, e outros réus, como José Dirceu, ganhariam tempo com o envio das ações às instâncias inferiores. Os ministros, porém, entenderam que a unificação do processo em casos que envolvem autoridades com prerrogativa de foro estava de acordo com o Código de Processo Penal e o julgamento seguiu no STF.

Moraes foi indicado pelo presidente Michel Temer para ocupar a vaga de Teori Zavascki no STF. Teori morreu em um acidente de avião no mês passado. Moraes teve melhor sorte no STF quando defendeu o ex-deputado federal Eduardo Cunha, preso na Operação Lava-Jato. O ex-presidente da Câmara foi acusado de usar documentos falsos para paralisar uma investigação no TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro). O tribunal apurava irregularidades na Companhia de Habitação do Rio de Janeiro, presidida por Cunha entre 1999 e 2000. A investigação, que começou em 2002, só foi aceita no Supremo em 2013.

No ano seguinte, Moraes conseguiu convencer os ministros de que Cunha era inocente. A oposição ao governo Temer no Senado já adiantou que a relação de Moraes com Cunha será alvo de questionamentos na sua sabatina. Outro caso veio à tona em 2015, quando o jornal O Estado de S. Paulo noticiou que o nome dele aparecia no Tribunal de Justiça de São Paulo como advogado em 123 processos da cooperativa Transcooper, investigada sob suspeitas de envolvimento em lavagem de dinheiro e corrupção para beneficiar a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

Na ocasião, Moraes disse que seu escritório havia participado só de causas de responsabilidade civil por acidentes automobilísticos para a Transcooper até janeiro de 2015, “quando houve o encerramento do contrato com transferências de todos os casos para outros escritórios”.

Moraes formou-se na Faculdade de Direito da USP em 1990. Deu aulas na USP e na Universidade Mackenzie, em São Paulo. Escreveu livros jurídicos de direito constitucional, direito penal, direitos humanos e sobre agências reguladoras. (Folhapress)

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