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Por Redação O Sul | 17 de novembro de 2017
O IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor – Semanal) recuou em cinco das sete capitais pesquisadas pela FGV (Fundação Getulio Vargas) na segunda semana de novembro, entre elas Porto Alegre, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (17).
Na Capital gaúcha, a inflação para o consumidor registrou variação de 0,55%. O resultado é 0,10 ponto percentual inferior ao verificado na semana anterior. Nesta apuração, quatro das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram desaceleração em suas taxas de variação em Porto Alegre, entre as quais se destacam os grupos vestuário e alimentação, cujas taxas passaram de -0,47% para -1,12% e de 1,32% para 0,83%, respectivamente.
O IPC-S também apresentou queda em Brasília (0,26% para 0,25%), Belo Horizonte (0,37% para 0,24%), Rio de Janeiro (0,17% para 0,05%) e São Paulo (0,37% para 0,28%). Em contrapartida, o índice subiu em Salvador (0,37% para 0,48%) e Recife (0,23% para 0,31%).
Inflação para os mais pobres
A desaceleração dos preços dos alimentos ao longo deste ano favoreceu de forma mais intensa a população de baixa renda, aponta estudo do Grupo de Conjuntura do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada). Em 12 meses, até outubro, a inflação das famílias de menor poder aquisitivo – com renda abaixo de R$ 900 por mês – subiu 2% no País. Entre as famílias mais ricas, com renda mensal de R$ 9 mil, a alta foi de 3,5%.
Segundo o Ipea, o maior peso dos alimentos na cesta de consumo dos mais pobres explica a dinâmica mais favorável no curto prazo. Nos últimos 12 meses, o grupo registrou forte desaceleração. Nos próximos meses, a expectativa de aceleração nos preços dos alimentos deve voltar a pressionar a inflação das classes mais baixas.
O fenômeno já pôde ser observado em outubro, quando a inflação da renda mais baixa refletiu a contribuição menos favorável dos alimentos e também a alta da energia elétrica (3,3%) e do gás de botijão (4,6%). Nos últimos 11 anos, é a inflação dos mais pobres que sobe mais, justamente pressionada por alimentos. Ela acumula alta de 102%, bastante superior à observada na faixa de renda mais alta, de 86%.
Nas contas do Ipea, os alimentos representam 29% da cesta de consumo dos mais pobres. Entre aqueles com renda acima de R$ 9 mil, o peso é de apenas 9%. Em contrapartida, as famílias mais pobres gastam apenas 2,2% da sua renda com educação, 1,4% com serviços de saúde e 1,6% com despesas pessoais – itens com maiores variações em 12 meses.
Já os mais ricos dispendem 10,3%, 6,8% e 5,4%, respectivamente. Para o Ipea, incertezas políticas, uma eventual mudança no cenário externo e a redução da safra agrícola esperada para 2018 são vistos como fatores de risco e podem pressionar a inflação.