Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Política Intensa troca de mensagens de celular recuperadas pela Policia Federal revela poder e influência do ex-líder dos Governos Lula e Dilma em negócios milionários da Petrobras e ligação com lobista Jorge Luz, operador de propinas do PMDB

Compartilhe esta notícia:

Cândido Vaccarezza detinha poder sobre negócios milionários da Petrobras. (Foto: Reprodução)

A Operação Lava Jato afirma que o ex-líder dos Governos Lula e Dilma na Câmara, ex-deputado Cândido Vaccarezza (PT/SP), detinha forte influência e poder sobre negócios milionários da Petrobras, estatal que ele frequentava acompanhado do lobista Jorge Luz, operador de propinas do PMDB. Mensagens de celular recuperadas pela Polícia Federal e pela Procuradoria da República revelam o trânsito de Vaccarezza na petrolífera.

“Meu querido Vaccarezza, (…) O importante é que seu contato consiga saber qual o melhor preço de venda da tonelada de tolueno para contratos de longo prazo como será o do Benzoato”, escreveu Liliana dos Santos Krawczuk, ligada ao PT, ao então parlamentar.

Ela seguiu. “O preço da matéria prima é fundamental para viabilização do projeto e da fábrica, como já te disse. Outro detalhe, que ainda precisa ser discutido, é como a Petrobras ou a BR Distribuidora poderão fornecer uma carta/documento que garanta as 1.000 toneladas para quando a fábrica estiver pronta (o que deve levar cerca de 12 a 18 meses).”

Vaccarezza foi preso nesta sexta-feira, 18, em São Paulo, por ordem do juiz federal Sérgio Moro, da Lava Jato. “Há fundada suspeita de que Cândido Elpídio de Souza Vaccarezza, durante seus mandatos de deputado federal, entre 01/02/2007 a 31/01/2015, foi beneficiário, em mais de um episódio, do pagamento de vantagem indevida decorrente de acertos de corrupção em contratos da Petrobrás. Um destes episódios seria a contratação da empresa estrangeira Sargeant Marine para fornecimento de asfalto para a Petrobras”, assinalou o magistrado.

A investigação reproduz mensagens destinadas e enviadas por Vaccarezza relacionadas a cargos de gerência na Petrobras. Chamou a atenção dos investigadores pleito de um empregado da estatal ao petista para que os cargos fossem ocupados por ‘pessoas dispostas a defender o Governo e o Partido dos Trabalhadores e para que fossem afastadas pessoas a eles não simpatizantes’. Na prática, solicitação para a ocupação de cargos por critérios político partidários.

Há diversas mensagens trocadas entre Vaccarezza, Liliana e outros integrantes do grupo que agia na Petrobrás. Um deles, identificado Peter Issar Alves. Os investigadores suspeitam que o grupo formado por Peter e ainda Milton Kaeriyam, Valmir Cavalcanti, Luciana Hadad e Walter Silveira pretendiam constituir uma empresa de nome Quimbra – Indústria Comercial e Distribuidora de Produtos Químicos ‘e obter junto à Petrobrás um contrato de longo prazo para fornecimento de tolueno’.

“Como lhe disse, estou muito confiante que o Vaccarezza nos dará um retorno que nos dará um rumo certo nessa negociação.” (trecho de mensagem de Liliana ao grupo).

“Vamos fazer a coisa como o Vaccarezza sugeriu, ou seja, o fato dele estar conversando com a BR Distribuidora, não impede que vocês participem desta reunião com a Petrobrás, que é a fornecedora do Tolueno.” (trecho de mensagem de Liliana ao grupo).

“Querida e doce Liliana Vamos conversar melhor pessoalmente. Acho mais adequado. Beijinhos. Vaccarezza”

“Lembrete: a reunião com a Petrobras para definição de preços do tolueno será dia 09/10 às 16h00 em Cubatão. Manterei você informado, ok?” (trecho de mensagem de Liliana a Vaccarezza)

“Para que isso não aconteça mais, é necessário que a Quimbra esteja conduzindo os contatos e as negociações com a Petrobrás daqui em diante, e que o Vaccarezza atue apenas como facilitador com a Petrobrás. Na figura de facilitador, o Vaccarezza não deve conduzir as negociações e muito menos tratar de estratégias, oferta de sociedade, etc… – isso é atribuição e assunto da Quimbra. Portanto, vou pedir ao Vaccarezza que me introduza às pessoas certas da Petrobrás, pessoas de decisão. Se ele não puder fazer isso, tentarei por outros caminhos.” (trecho de mensagem de Peter ao grupo).

Ao mandar prender Vaccarezza, o juiz Moro abordou os capítulos da corrupção na Petrobras. “Todos esses casos confirmam o padrão adiantado de que os acertos de propinas em contratos da Petrobrás não serviam somente ao enriquecimento ilícito dos agentes da Petrobrás, mas também ao enriquecimento ilícito de agentes políticos que davam sustentação política aos agentes da Petrobrás e igualmente ao financiamento criminoso de partidos políticos. O presente caso envolve uma fração desses crimes. Há fundada suspeita de que Cândido Elpídio de Souza Vaccarezza, durante seus mandatos de deputado federal, entre 01/02/2007 a 31/01/2015, foi beneficiário, em mais de um episódio, do pagamento de vantagem indevida decorrente de acertos de corrupção em contratos da Petrobrás. Um destes episódios seria a contratação da empresa estrangeira Sargeant Marine para fornecimento de asfalto para a Petrobras.” (AE)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Governo vai retirar cargos de cerca de 40 deputados que votaram contra Michel Temer na Câmara dos Deputados
Ex-gerente da Petrobras admite ter recebido propina e chora. Ele foi ouvido pelo juiz Sérgio Moro
https://www.osul.com.br/intensa-troca-de-mensagens-de-celular-recuperadas-pela-policia-federal-revela-poder-e-influencia-do-ex-lider-dos-governos-lula-e-dilma-em-negocios-milionarios-da-petrobras-e-ligacao-com-lobista-jorge/ Intensa troca de mensagens de celular recuperadas pela Policia Federal revela poder e influência do ex-líder dos Governos Lula e Dilma em negócios milionários da Petrobras e ligação com lobista Jorge Luz, operador de propinas do PMDB 2017-08-18
Deixe seu comentário
Pode te interessar