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Geral Investigação descobre bactéria e fraude em embutidos de frigorífico gaúcho

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A ação ocorreu em Bento Gonçalves, Flores da Cunha e Anta Gorda. (Foto: MP/Divulgação)

A Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) – Núcleo Segurança Alimentar cumpriram, na manhã desta terça-feira (29), três mandados de busca e apreensão em dois frigoríficos e um matadouro nas cidades de Bento Gonçalves, Flores da Cunha e Anta Gorda.

A operação foi realizada nas sedes das empresas Aida Alimentos, Matadouro Gavazzoni e R. Moretto – Frigorífico. De acordo com as apurações, os investigados associaram-se para cometer crimes contra a saúde pública através da adição de amido e CMS (Carne Mecanicamente Separada), além de compra de produtos de péssima qualidade para a fabricação dos produtos da empresa Aida. A prática torna os produtos impróprios ao consumo humano, conforme o Ministério Público.

A intenção das buscas foi localizar embutidos adulterados e produtos químicos utilizados de forma irregular, além de documentos e equipamentos eletrônicos. A Operação Incassato (embutido, em italiano) foi coordenada pelo promotor Alcindo Luz Bastos da Silva Filho.

Bactéria 

Laudos realizados pelo Lanagro (Laboratório Nacional Agropecuário) a partir de fiscalizações da Seapi (Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação) na empresa Aida Alimentos constataram a presença da bactéria Listeria monocytogenes na copa fatiada, um agente biológico altamente nocivo e letal.

De acordo com o Lanagro, a bactéria é causadora da doença chamada listeriose, infecção que tem incidência baixa, mas alto grau de severidade e alto índice de mortalidade (20% a 30%). A listeriose pode causar problemas sérios em gestantes, recém-nascidos, idosos e pacientes debilitados e imunodeprimidos.

Os sintomas iniciais são semelhantes a uma gripe: com febre, mialgias e dor de cabeça, seguidos de complicações, como aborto, feto natimorto, nascimento prematuro e infecções neonatais. A listeriose invasiva, por sua vez, pode afetar o sistema nervoso central e causar meningite, meningoencefalite e abscessos no cérebro. Ela atinge, principalmente, pacientes com mais de 50 anos e causa febre, alterações na percepção sensorial e dor de cabeça.

Ameaça 

As análises dão conta também que os produtos pepperoni, apresuntado, presunto cru e presunto tipo parma continham amido em quantidade superior à prevista na legislação (no caso do pepperoni, presunto cru e presunto tipo parma, a legislação sequer permite a presença de amido e, em relação ao apresuntado, o insumo estava em quantidade superior à permitida).

Além disso, foi encontrado amido em presunto cru tipo italiano fatiado, produto cujo rótulo afirma, nas informações nutricionais, que o percentual de carboidratos é 0% e que o produto não contém glúten. No entanto, como não se tem conhecimento de qual tipo de amido foi adicionado ao embutido. Pode haver glúten nos produtos. Isso coloca em sério risco a saúde da população, sobretudo as pessoas celíacas, que não podem entrar em mínimo contato com a substância. O amido seria utilizado para aumentar o peso dos produtos, o que consiste em fraude econômica.

O Lanagro também constatou a presença de nitrito de sódio em quantidade superior à permitida em amostras de mortadela sem toucinho com ervas finas. A utilização do insumo deve ser limitada e atender aos padrões da legislação, pois há estudos que relacionam o alto consumo a alguns tipos de câncer.

Carne 

A fraude econômica também foi identificada a partir da detecção de indícios do uso de CMS  em produtos onde a prática é proibida (pepperoni) ou em quantidade superior ao permitido pela legislação. No caso do apresuntado, houve adição de 38% de CMS, o que faz com que mais de um terço da composição do produto seja constituída de insumo de custo quase cinco vezes menor que a carne suína e constituída de ossos, carcaça ou parte de carcaça de animais de açougue (aves, ovinos e suínos). Ainda, não se trata de um produto seguro, uma vez que não se sabe qual é a sua procedência. O CMS foi encontrado em vários produtos da empresa.

Prisão 

Em abril de 2017, durante operação da Força-Tarefa do Ministério Público Estadual – Programa de Segurança Alimentar, com participação da Vigilância Sanitária, foi constatada a reutilização de carne vencida e imprópria ao consumo humano na confecção de embutidos pela Aida Alimentos.

O proprietário, Mauro Francisco Gasperin, foi preso em flagrante por cometer crimes contra as relações de consumo e falsificação de selo emitido por autoridade. Foram inutilizadas aproximadamente três toneladas de produtos impróprios ao consumo, o que gerou denúncia criminal.

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https://www.osul.com.br/investigacao-descobre-bacteria-e-fraude-em-embutidos-de-frigorifico-gaucho/ Investigação descobre bactéria e fraude em embutidos de frigorífico gaúcho 2018-05-29
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