Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 19 de maio de 2017
Uma série de operações desencadeadas a partir de julho do ano passado – Sépsis, Greenfield 1 e 2, Carne Fraca e Bullish – arrastaram um dos maiores conglomerados empresariais do País para um acordo de colaboração com a Justiça.
As empresas do grupo J&F, controlado pelos irmãos Wesley e Joesley Batista, apareceram na Lava-Jato em 2014, primeiro ano da operação. Na época, a JBS S.A. foi incluída na quebra de sigilo de uma das empresas de fachada ligadas ao doleiro Carlos Habib Chater. Depois disso, as empresas do grupo deixaram o noticiário relacionado à operação. No ano passado, no entanto, a partir da Sépsis, a maior produtora de proteína animal do mundo entrou no radar dos investigadores.
A Séspis mostrou detalhes da delação do ex-dirigente da Caixa Fabio Cleto sobre pagamento de propina para liberação de aportes do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. Entre as empresas beneficiadas pela organização criminosa formada, segundo investigações, por Cleto, pelo deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e pelo operador Lúcio Funaro estava a Eldorado Celulose, do grupo J&F.
Na Greenfield, os investigadores apuraram irregularidades nos repasses do Funcef e do Petros, fundos da Caixa e Petrobras, respectivamente, no FIP Florestal, responsável por investir na Eldorado Celulose. Por causa dos indícios de irregularidades, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, afastou Joesley e Wesley do comando das empresas do grupo – o que teria sacramentado a escolha de Joesley por um acordo de delação.
Enquanto via suas empresas entrarem uma a uma na mira dos investigadores, Joesley negociava o acordo, recém-homologado. Entre abril e maio, a J&F ainda viu a PF realizar Operação Carne Fraca contra possíveis pagamentos de propina em frigoríficos da JBS e também foi alvo da Operação Bullish. (Fabio Serapião e Fábio Fabrini/AE)