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Armando Burd Irresponsáveis

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Há 28 anos, o ministro Sydney Sanches propôs a reavaliação da propaganda eleitoral e não foi ouvido. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Administradores públicos, que gastam muito mais do que arrecadam, assinam o pacto da ingovernabilidade. São de tal forma habilidosos que os eleitores não percebem a diferença entre a ilusão demagógica e a realidade. Consequência: o endividamento, condenando ao pagamento de juros em municípios, Estados e União. Puro desvario, porque o princípio da austeridade é inegociável.

O que muda

Os resultados desta eleição demonstram desapego a partidos, ideologias e política tradicional. Em grande parte, efeito da corrupção, das promessas descabidas e das tergiversações repetidas.

Não foi ouvido

Por mais cinco dias, ouvintes e telespectadores serão submetidos ao festival de promessas. A 22 de outubro de 1990, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Sydney Sanches, criticou o horário eleitoral em rádio e TV por sua apresentação em rede, “que deixa o público sem opções”. Disse ainda que “ninguém gosta de ser forçado a nada”.

Pesquisa Datafolha, na mesma semana, mostrou que 62 por cento dos entrevistados no Estado de São Paulo eram contrários à propaganda eleitoral.

Imposição inaceitável

A Justiça Eleitoral precisa considerar a existência do direito de opção de ouvintes e telespectadores. A imposição de horário único revela traços de autoritarismo. Leva também partidos e candidatos, muitas vezes, à utilização de seus espaços de forma relaxada, achando que a audiência está garantida. Enganam-se. A reação é a indiferença. Escalonar os programas de quase meia hora entre emissoras em horários diferentes é o modo mais correto de respeitar a população. Porém, insistem em voltar à Idade da Pedra.

Ilusão de ótica

No segundo turno, quando os confrontos são diretos, cria-se o cenário para o surgimento de militantes da desordem. Com nova safra de slogans e exortações voluntaristas, querem atropelar o convívio civilizado entre adversários políticos.

Grande lição

Ulysses Guimarães, que faleceu a 12 de outubro de 1992, dizia: “República suja pela corrupção impune, tomba nas mãos dos demagogos que, a pretexto de salvá-la, a tiranizam. Não roubar, não deixar roubar, por na cadeia quem rouba, eis o primeiro mandamento da moral pública.”

Hoje, as orelhas de alguns devem esquentar quando ouvem.

O salve-se quem puder

O ramo de proteção é cada vez mais próspero e só perde para o crescimento da criminalidade.

Em 2008, o número de empresas de segurança privada e transporte de valores no país era de 1,6 mil. Hoje, passam de 2,6 mil. O faturamento por ano anda em torno de 60 bilhões de reais. Os dados se referem às que têm registro, sem considerar as clandestinas.

Baforadas

O governo brasileiro gastou 56,9 bilhões de reais, no ano passado, com as vítimas do tabagismo. Desse total, 39,4 bilhões cobriram despesas médicas e 17,5 bilhões foram destinados aos custos indiretos ligados à perda de produtividade, causada por incapacitação de trabalhadores ou morte prematura.

Exemplo

Inteligentes são os norte-americanos: diminuíram o consumo interno de cigarros e exportam cada vez mais o fumo para países subdesenvolvidos. Junto vai a indústria farmacêutica. Fatura milhões de dólares com a venda de remédios para tratar das vítimas.

Há 15 anos

A 22 de outubro de 2003, o Banco Central diminuiu os juros básicos de 20 por 19 por cento. Em outubro de 2016, chegou a 14,25 por cento. Hoje, está em 6,5 por cento, o menor nível da história.

Últimos momentos do oportunismo

Algum candidato desesperado com as pesquisas poderá tirar a fórmula da cartola: leite encanado em áreas pobres.

Não surpreenderá.

 

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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