Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 5 de novembro de 2015
James Bond uma vez preteriu seus clássicos martínis – batidos, não mexidos – para tomar uma garrafa de Heineken. A cerveja não desceu bem as gargantas dos fãs, indignados com o espião britânico a bebericar algo tão mundano. Aparentemente, agentes duplo-zero, com licença para matar concedida pela rainha da Inglaterra, não podem escolher o próprio drink. E nem o celular.
Eram 17h35min de 15 de outubro de 2014 quando o diretor global de negócios da Sony Andrew Gumpert enviou um e-mail tristonho aos seus colegas. Nele, dava conta de uma conversa com David Pope, um dos produtores do novo longa do agente secreto: se James Bond não beberia cerveja em “Spectre”, tampouco levaria um celular Xperia Z4 no bolso.
“Sam [Mendes, diretor do longa] e Daniel [Craig, que interpreta o espião] não gostam do celular”, disse o executivo da Sony no e-mail. “Há um fator criativo além do dinheiro. O argumento é de que James Bond só usa o melhor e, na cabeça deles, o telefone da Sony não é o melhor.”
A julgar pela mensagem publicada pelo Wikileaks depois de o banco de dados da companhia japonesa ter sido roubado no ano passado, “Sam e Daniel” estavam rejeitando uma proposta de pelo menos 5 milhões de dólares – ou até mais de dez vezes esse valor.
O produtor David Pope informou Gumpert de uma proposta da concorrente Samsung para colocar um produto da empresa nas mãos de 007. Seriam os 5 milhões de dólares para que um celular aparecesse em “Spectre” e mais cerca de 50 milhões de dólares em acordos de publicidade.
“Pope disse que uma contraproposta da Sony não precisa ser tão alta”, continua o e-mail “[mas deve] nivelar-se às expectativas”. Esperançoso de que o produtor do filme fosse ajudar o Z4 a chegar às telas junto com Bond neste mês, o executivo da Sony, no entanto reconhecia: “[Pope] não deu garantias.”
Confira o vídeo do comercial de Bond para a cervejaria: