Terça-feira, 19 de março de 2024
Por Redação O Sul | 17 de julho de 2017
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta segunda-feira (17) que pensou que fosse mentira e não acreditou quando recebeu as primeiras denúncias da JBS que envolviam o presidente Michel Temer e um esquema de corrupção no governo.
“Essas pessoas procuraram agentes do Ministério Público para oferecer a possibilidade de um acordo penal. E envolviam altíssimas autoridades da República. A primeira reação nossa foi dizer ‘isso é mentira, não acredito que isso esteja acontecendo, é inacreditável que a prática continue de maneira aberta’ “. Janot participa de evento promovido pelo Brasil Institute, do Wilson Center, em Washington, e vai se encontrar com autoridades norte-americanas.
O procurador-geral disse também que seu trabalho está feito no que diz respeito à denúncia por corrupção passiva apresentada contra Temer com base na delação premiada do empresário Joesley Batista, da JBS.
Janot negou ter pressa para apresentar uma nova denúncia contra o presidente e afirmou que aceitaria uma possível rejeição do texto pela Câmara “com a maior naturalidade”.
Imunidade
Sem mencionar o nome de Joesley ou da JBS, Janot apresentou a colaboração que livrou os donos da empresa da cadeia como “a grande polêmica que se tem hoje no Brasil”, e garantiu que, mesmo depois de toda a polêmica, faria tudo de novo “sem o menor drama de consciência”.
“Ninguém se sente feliz concedendo imunidade a criminoso”, disse o procurador-geral, destacando que a imunidade foi concedida “a pessoas ricas que moram aqui, em Nova York”. Janot disse que os delatores apresentaram “takezinhos de algumas gravações” com uma diferença em relação às outras colaborações: denunciavam um crime em curso.
A gravação apresentada por Joesley Batista sugeria que o presidente Michel Temer estava agindo para atrapalhar as investigações da Operação Lava-Jato. (Folhapress)