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Brasil Jean Wyllys recebeu o apoio de famosos após ameaças de morte. O deputado federal do PSOL deixou o Brasil

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"Não me arrependo de nada, tenho orgulho e tem uma explicação para isso. Vivíamos um momento tenso no País", disse o ex-deputado. (Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados)

Vários artistas usaram as redes sociais para declarar apoio ao deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), de 44 anos, que, apesar de ter sido reeleito para o seu terceiro mandato, decidiu não tomar posse no dia 1º de fevereiro após ter recebido ameaças de morte.

“Guerreiro. Amigo de tantas lutas, tantas dores, tantas vitórias. Me representa. A luta continua. É tudo tão inaceitável ser ameaçado de morte, sofrer retaliações, perder lugar de fala. Avante”, publicou a cantora Maria Gadú, de 32, em sua conta no Instagram foto junto com o político e relembrou os anos de amizade:

Em entrevista exclusiva à Folha de S.Paulo, o parlamentar, que é homossexual assumido e está no momento no exterior, disse que não pretende voltar ao País e que quer seguir a carreira acadêmica. Desde o assassinato da vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL),em março do ano passado, ele já vive sob escolta policial.

“Me apavora saber que o filho do presidente contratou no seu gabinete a esposa e a mãe do sicário”, afirmou Wyllys. “O presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que sempre utilizou de homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim”, acrescenta.

Paulo Betti, Daniela Mercury, Camila Pitanga e vários outros artistas também se manifestaram em favor do parlamentar. “Recebi a notícia de seu autoexílio com espanto e profundo respeito. Muito amor a você, a sua caminhada. Mão estendida aqui sempre”, afirmou Pitanga.

“Jean, sim, nos representa lá fora com coragem, consciência e inteligência para muito além dos 6 minutos de fake news que iludiu os robôs. Ainda dá tempo de recobrar a consciência, gente! Ainda dá tempo de se proteger, Jean! Obrigado, amigo”, afirmou o ator Luis Lobianco.

O ator Jesuíta Barbosa republicou uma mensagem de David Miranda, suplente que vai assumir a vaga de Wyllys, com a mensagem “Amanhã vai ser um outro dia”. “Sai um LGBT e entra outro”, afirmou Miranda em sua mensagem direcionada ao presidente, Jair Bolsonaro: “segura sua empolgação”, afirmava.

Paulo Betti também comentou a comemoração de Bolsonaro nas redes sociais: “Muito grave o presidente comemorar o autoexílio de um deputado federal eleito porque está sendo ameaçado de morte, existe comissão de ética para esse tipo de comportamento? Jean Wyllys tem minha total solidariedade!”.

Ameaças

“Vou te matar com explosivos”, “já pensou em ver seus familiares estuprados e sem cabeça?”, “vou quebrar seu pescoço”, “aquelas câmeras de segurança que você colocou não fazem diferença”. Nos últimos dois anos, o deputado Jean Wyllys viveu uma rotina semanal de ameaças de morte . Disparadas pelas redes sociais, no e-mail e telefone do gabinete em Brasília, ou no e-mail pessoal do próprio deputado, os textos levaram a PF (Polícia Federal) a abrir cinco investigações sobre as ameaças e obrigaram o deputado a andar com escolta policial desde março do ano passado.

O jornal O Globo teve acesso nesta sexta (25) ao conteúdo de dezenas de ameaças contra Wyllys. Marcadas por declarações de ódio e de preconceito, elas se avolumaram ao ponto de fazer o parlamentar desistir de assumir o terceiro mandato como deputado federal, para o qual havia sido eleito em outubro passado com pouco mais de 24 mil votos.

A renúncia do deputado repercutiu rapidamente nas redes sociais e nos portais de notícias, mas não livrou o parlamentar das mensagens de seus algozes. Por volta de 16h45min de quinta, duas horas depois da entrevista concedida por ele ser publicada, um novo e-mail, enviado de um endereço apócrifo chegou aos assessores do deputado.

“Nossa dívida está paga. Não vamos mais atrás de você e sua família, como prometido. Mesmo após quase dois anos, estamos aqui atrás de você e a polícia não pôde fazer para nos parar”.

Esse foi apenas o desfecho de um longo período de “terrorismo psicológico”, como definiu o parlamentar.
Em dezembro de 2016 que o deputado se deparou com uma uma das mensagens que mais o assustou. Em um longo e-mail que o chamava de “bixona”, o autor afirmou:

“Você pode ser protegido, mas a sua família não. Já pensou em ver seus familiares estuprados e sem cabeça?”

Poucos dias depois, o mesmo remetente enviou  para o e-mail de Wyllys e de seus irmãos dados como endereços de todos, placa de carros o deputado já teve entre outras informações que mostravam conhecimento sobre a família. Essa ameaça foi uma das que baseou a abertura de uma das investigações pela PF.

No mês seguinte, o deputado recebeu de outro autor uma nova leva de intimidações. Neste caso, o remetente detalhou como elaborar explosivos, mostrando conhecimento sobre o assunto.

“Eu vou espalhar 500 quilos de explosivo triperóxido de triacetona, explosivo tão perigoso e potente que é chamado de mãe de Satan pelos terroristas do Estado Islâmico. […] Se vocês duvidam que tenho capacidade para fazer isto, apenas vejam como é fácil produzir o explosivo”.

Em 15 de março de 2017, um e-mail foi encaminhado ao deputado contendo vários de seus dados pessoais, como endereço, placas de seu veículo e nomes de seus familiares.

“Vamos sequestrar a sua mãe, estuprá-la, e vamos desmembrá-la em vários pedaços que vamos te enviar pelo Correio pelos próximos meses. Matar você seria um presente, pois aliviaria a sua existência tão medíocre. Por isso vamos pegar sua mãe, aí você vai sofrer”.

 

 

 

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https://www.osul.com.br/jean-wyllys-recebeu-o-apoio-de-famosos-apos-ameacas-de-morte-o-deputado-federal-do-psol-deixou-o-brasil/ Jean Wyllys recebeu o apoio de famosos após ameaças de morte. O deputado federal do PSOL deixou o Brasil 2019-01-25
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