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Política Joesley Batista conta que criou empresa no exterior para favorecer herdeiros

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(Foto: Reprodução)

O empresário Joesley Batista contou à PGR (Procuradoria-Geral da República) que sua família sempre foi a verdadeira dona da Blessed, offshore com sede em Delaware, nos Estados Unidos, e até agora considerada uma empresa de fachada para camuflar um sócio oculto da JBS. O relato consta dos novos anexos da delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista entregues à PGR. Pode deixar a JBS sujeita a multas da Receita Federal e da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) por evasão fiscal e fraude contra os acionistas minoritários.

Os dois órgãos já investigam o assunto e desconfiam de que a Blessed tenha sido um instrumento que permitiu que a família Batista adquirisse, em 2009, o frigorífico Bertin por uma fração do valor anunciado na época da fusão entre as duas empresas. Nos dados apresentados ao mercado, duas seguradoras, com sedes nas Ilhas Cayman e em Porto Rico, apareciam como donas da Blessed. A verdade, porém, era outra.

Essas seguradoras atuavam como representantes da família. No documento entregue aos procuradores, Joesley explica que seus filhos e os do seu irmão Wesley são beneficiários de apólices emitidas pelas seguradoras. Em última instância, eles seriam os donos da Blessed. O empresário relata que a offshore foi criada em 16 de dezembro de 2009, às vésperas da conclusão da fusão entre JBS e Bertin.

Uma semana depois, a Blessed adquiriu 70% da participação dos Bertin na nova empresa por apenas US$ 10 mil. Em março do ano seguinte, as seguradoras US Commonwealth Life e da Lighthouse Capital se tornaram donas da Blessed.

Esse arranjo societário alterou completamente os termos do negócio que criou a maior empresa de proteína animal do planeta. Em setembro daquele ano, as famílias Batista e Bertin haviam informado em fato relevante que se tornariam sócias numa holding, a FB Participações, que controlaria a “nova JBS”. Dentro da holding, os Batista teriam 60% e os Bertin 40%.

O negócio foi anunciado com uma fusão bilionária, que avaliou a JBS em R$ 18 bilhões e o Bertin em R$ 12 bilhões. Descontando a dívida de R$ 4 bilhões, o valor do Bertin chegava a R$ 8 bilhões. Se ficar comprovado que essa estimativa foi inflada, a JBS pode ser condenada por evasão fiscal e por fraude aos minoritários, que foram diluídos no negócio.

A manobra também teria beneficiado o BNDES, evitando que o banco assumisse uma perda em seu investimento no Bertin. Na época, o BNDES estava sendo criticado por sua política de apoio aos “campeões nacionais”.

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