Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 22 de maio de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
“O delator falou, você tá acabado.”
Joesley Friboi, ao explicar por que decidiu escapar da condição de investigado.
Deputados do PT e do PMDB livraram o dono da JBS, Joesley Batista, de comparecer à CPI do BNDES, em setembro de 2015. Ao todo, 15 deles votaram contra o requerimento. Os deputados derrotados na votação atribuíram ao então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o acordo para barrar a convocação de Joesley. Isso explica por que Cunha continuava recebendo de Joesley altas quantias, mesmo preso.
CPI da Caixa Preta
A CPI do BNDES investigava financiamentos generosos a empresas ligadas aos governo Lula e Dilma, como o Grupo JBS e a Odebrecht.
Aliança Lula-Cunha
O ex-presidente Lula e Eduardo Cunha fizeram uma aliança tácita para livrar Joesley de depor à CPI criada para abrir a caixa preta do BNDES.
Faltou contar
A operação para livrar Joesley de depor da CPI do BNDES não foi relatada pelos delatores da JBS ao Ministério Público Federal.
Liderança ativa
O atual líder do PT, Carlos Zarattini (SP), ajudou a blindar Joesley na CPI do BNDES. Em 2014, ele recebeu doação eleitoral de R$240 mil.
PF volta à mansão da ‘República de Ribeirão Preto’
Há uma coincidência curiosa envolvendo um dos alvos da Operação Patmos, mais uma fase da Lava- Jato, deflagrada esta semana: um dos presos, advogado Willer Thomaz, tem seu escritório instalado na mesma casa onde funcionou a célebre “República de Ribeirão Preto”, onde se reuniam lobistas e prostitutas à sombra de Antônio Palocci, o então todo-poderoso ministro da Fazenda do governo Lula (PT).
Velho conhecido
O endereço do escritório de advocacia, onde existiu a versão petista de bordel, é velho conhecido da PF: QI 1, conjunto 4, casa 25, Lago Sul.
Caseiro decisivo
O escândalo ganhou proporção ainda maior, derrubando Palocci do cargo, após o testemunho de Francenildo, o caseiro da “República”.
Antro petista
Francenildo contou em depoimento que Palocci usava essa mansão em Brasília, na qual trabalhava, para dar festas e negociar propinas.
Meirelles saiu bem
Na conversa gravada por Joesley com Michel Temer, quem saiu bem na foto foi Henrique Meirelles. O delator revelou ao presidente sua dificuldade para o ministro da Fazenda atender suas demandas. O detalhe é que Meirelles era executivo da JBS antes virar ministro.
Preocupação no PMDB
Preso pela PF, Willer Thomaz levou ao chefe Joesley Batista a preocupação de Renan Calheiros e Romero Jucá com os rumores de delação. Joesley negou, para “tranquilizá-los”. Mentiu.
Morte política terceirizada
“Não fui eu, não sei de nada, não era comigo”. Durante seu interrogatório perante o juiz Sérgio Moro, o ex-presidente Lula mostrou que a morte política pode ser terceirizada, como no mensalão.
Soluções consensuais
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, defende soluções consensuais nas relações de trabalho para reduzir a litigiosidade. Mas é contra a extinção da Justiça do Trabalho.
Foro privilegiado
A PEC que acaba com o foro privilegiado volta à pauta do Senado nesta terça. Será a primeira sessão, após a interrupção das votações na última quarta (17), quando vazou a delação de Joesley Friboi.
Meia volta
Políticos venezuelanos de oposição terão de desarrumar as malas: deve ser adiado o encontro marcado esta semana em Brasília, com representantes de diversos países, para discutir a crise na Venezuela.
Orelha em pé
Está na pauta da CCJ da Câmara, e pode ser votada nesta terça (23) a Proposta de Emenda Constitucional que prevê eleição direta, no caso de saída do presidente – exceto nos seis últimos meses do mandato.
Fim do imposto sindical é bom
Dois sindicalistas de São Paulo, Roberto Scalize (Trabalhadores em Empresas de Lavanderia) e Enilson Simões de Moura, o Alemão (das Centrais de Abastecimento) acham que o fim do imposto sindical diminui os sindicatos de cartório e melhora a qualidade do sindicalismo.
Pergunta na Lava-Jato
Se não é dono do tríplex, ou do sítio, nem do apartamento em São Bernardo, aonde Lula cumpriria eventual prisão domiciliar?
PODER SEM PUDOR
Brahmatárctica
Lucídio Portella Nunes era governador do Piauí, em 1982, quando participou da inauguração de uma fábrica da cervejaria Antarctica. Ele carregava a fama de não tratar a língua corretamente, o que, aliás, nunca dificultou suas eleições. Lucídio mandou ver, em seu discurso:
– Agora temos uma fábrica da Antarctica para tomar Brahma a valer!
O que na época foi gafe, virou premonição: anos depois, as duas marcas seriam adquiridas por uma mesma empresa.
Com André Brito e Tiago Vasconcelos
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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