Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação O Sul | 29 de maio de 2015
Por Clarice Ledur
O jóquei brasileiro Jorge Ricardo chegou nesta quinta (28) à Capital para participar de dois clássicos, e de outras cinco corridas na parte da tarde, a convite do Jockey Club do Rio Grande do Sul, ao mesmo tempo em que corre atrás do título de recordista mundial, em uma disputa que o separa do canadense Russell Baze por apenas 100 vitórias. Ele retorna nesta sexta (29) à capital portenha, onde reside há nove anos.
Carreira de vitórias
Na Argentina, o competidor visualizou a possibilidade de participar de corridas diárias, em um mercado onde o turfe é reconhecido e forte, com potencial para chegar à primeira colocação neste acirrado ranking mundial. Ele computa, ao longo de sua carreira, 12.450 vitórias, já tendo erguido o título máximo por duas ocasiões. A primeira aconteceu em 2007, porém, em 2009, ao enfrentar o tratamento de um linfoma, foi afastado da atividade por seis meses. Nesse vácuo, voltou à segunda colocação, para, em 2013, reconquistar a liderança do turfe mundial, interrompida pela queda de cima de um cavalo, que o manteve longe das pistas por cinco meses. Agora, renovado, busca incansavelmente a sonhada colocação neste campeonato de emoções.
Trabalho e sorte
O segredo para obter tantas vitórias, segundo ele, “é gostar do que se faz e trabalhar muito. É uma profissão desgastante e é necessário controlar o peso permanentemente. Tem que ter sorte, como tudo na vida, mas tem que ajudar a sorte também. É preciso conhecer a pista, o cavalo”.
Jorge Ricardo pesa entre 54 e 55 quilos, não come carne vermelha e a boa alimentação e o exercício marcam seu dia a dia, além das corridas, de segunda a segunda, principalmente nos tradicionais hipódromos de San Izidro e Palermo.
O gosto pelas corridas de cavalo veio do berço. Aos seis anos, já frequentava o Jockey Club do Rio de Janeiro; aos 15 fez sua estreia naquele hipódromo. O pai, Ricardo, falecido em 2010, foi recordista sul-americano, título conquistado no antigo Hipódromo Moinhos de Vento, na Capital, no final dos anos 1950.
Conquistando confiança
Ricardinho, como também é conhecido, traça uma avaliação do turfe brasileiro e diz que o momento é difícil, “não há incentivo, nenhuma ajuda do governo” e compara este mercado ao argentino, “o mais forte do continente sul-americano”. Reitera que no Brasil a atividade vive de apostas, enquanto na Argentina tem subsídio do governo e, em Palermo, existem caça-níqueis que ajudam a pagar os prêmios. “Infelizmente, fica difícil manter o turfe brasileiro só com apostas.”
Já em relação ao Rio Grande do Sul, considera um reconhecido centro turfístico, onde o Jockey Club vem mostrando sua luta para manter as coisas onde estão, manter as corridas, pagar prêmios e proprietários, além de ter conquistado a confiança também destes e de treinadores. “O Rio Grande do Sul vai muito bem comparado ao cenário do turfe no restante do País”, opina.
Com 53 anos, Ricardinho não pensa em parar. Pelo contrário, diz que é preciso saber a hora, mas, por enquanto, quer seguir fazendo o que gosta, “porque tenho um objetivo, quero o recorde mundial”.