Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 29 de março de 2017
O presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), Jorge Picciani, foi conduzido coercitivamente pela PF (Polícia Federal) para prestar depoimento, na manhã desta quarta-feira (29). Agentes da PF buscaram o deputado em sua casa, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, e o levaram para a sede da PF, onde chegou por volta das 12h.
A condução faz parte da Operação Quinto do Ouro, deflagrada nesta manhã, que apura fraudes no TCE (Tribunal de Contas do Estado). Seis mandados de prisão foram cumpridos contra conselheiros e um ex-conselheiro do tribunal.
Veja a lista de presos:
Aloysio Neves, conselheiro e atual presidente do TCE;
Domingos Brazão, conselheiro;
José Maurício Nolasco, conselheiro;
José Gomes Graciosa, conselheiro;
Marco Antônio Alencar, conselheiro e filho do ex-governador e prefeito do Rio, Marcello Alencar;
Aluísio Gama de Souza, ex-conselheiro;
As prisões são temporárias, ou seja, têm prazo para terminar. A reportagem ligou para os gabinetes dos cinco conselheiros, mas não conseguiu contato. Os e-mails também não foram respondidos. Também tentou localizar a defesa de Aluísio Gama de Souza.
A operação tem como base as delações premiadas de um sexto conselheiro, Jonas Lopes, que já foi presidente do TCE-RJ, e do fiho dele, Jonas Lopes de Carvalho Neto. O ex-presidente do TCE não é alvo de mandado de prisão. Também não foi pedida a prisão da corregedora Marianna Montebello Willeman.
A assessoria de Picciani afirmou que está esperando informações sobre a investigação e que vai se manifestar mais tarde. O PMDB declarou que tem certeza de que o deputado dará todos os esclarecimentos às autoridades competentes.
O gabinete de Picciani na Alerj foi alvo de busca e apreensão. Agentes deixaram a assembleia com malotes, levados para a sede da PF.
A condução de Picciani é uma das 17 autorizadas pela Justiça na operação. O presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do RJ (Fetranspor), Lélis Marcos Teixeira, também foi levado para depor.
O Ministério Público Federal e a Polícia Federal investigam o recebimento de valores indevidos por contratos do Estado com a Fetranspor e por permitirem que o governo estadual usasse um fundo do próprio TCE para pagar empresas de alimentação.
Operação Quinto do Ouro
As medidas são parte da Operação Quinto do Ouro. Segundo a PF, os alvos são suspeitos de fazer parte de um esquema de propina que pode ter desviado até 20% de contratos com órgãos públicos para autoridades públicas, sobretudo membros do TCE-RJ e da Alerj. (AG)