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Brasil Jornal britânico diz que, com seus filhos, Bolsonaro busca consolidar uma dinastia no poder

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Bolsonaro é pai de cinco filhos. Na foto, o presidente com Carlos (E), Flávio e Eduardo. (Foto: Divulgação)

Um é conhecido como “pitbull”. O outro está envolvido em um escândalo de corrupção. O terceiro é um direitista entusiasta das armas que busca expandir um movimento populista por todo o Brasil e pela América Latina. Depois de quatro meses de governo do presidente Jair Bolsonaro, seus três filhos emergiram como uma força poderosa que está mudando a política brasileira, de acordo com o jornal britânico Financial Times.

Isso alimentou temores de que eles estejam exercendo influência política indevida e buscando consolidar uma nova dinastia política, em um país com um histórico longo e contencioso de política familiar. “Os filhos dele têm uma influência sem precedentes”, disse Aline Souza, analista da consultoria política Prospectiva. “O governo Bolsonaro já rompeu com os moldes tradicionais de governança. Um exemplo disso está exatamente no relacionamento dele com os filhos.”

“A palavra correta é dinastia”, acrescentou Esther Solano, professora de ciência política na Universidade Federal de São Paulo. “A situação que temos é a de que votamos em alguém para presidente, mas, na verdade, os filhos dele detêm poderes governamentais. Temos um clã familiar no governo”, disse.

Um motivo para que a questão seja controversa é que Flávio, Carlos e Eduardo – os três filhos de Bolsonaro, por ordem de idade – vêm falando sem medir palavras desde a posse do seu pai, em janeiro.

Nos Estados Unidos, Ivanka Trump e Jared Kushner, filha e genro do presidente Donald Trump, mantêm perfil discreto, comparado ao dos filhos de Bolsonaro. “Eles têm a palavra final sobre tudo. Isso é um fato. O presidente não confia em outras pessoas”, disse o comentarista político William Waack. “Não é fofoca. Bolsonaro mesmo fala publicamente sobre o quanto seus filhos são importantes.”

Eles exercem o poder de muitas maneiras, de ditar publicamente as prioridades políticas a falar em nome de seu pai, disse Malu Gatto, professora assistente no University College de Londres. “Eles são vistos como representantes de seu pai por muita gente no governo”, acrescentou.

Criados em bases militares, os filhos de Bolsonaro começaram a usar armas de fogo aos 5 anos de idade, de acordo com seu pai, capitão reformado do Exército que foi eleito presidente por maioria esmagadora de votos. De lá para cá, eles se transferiram ao campo da política, e levaram com eles uma mentalidade de atirar primeiro e fazer perguntas depois.

Carlos Bolsonaro vem ocupando posição central na política brasileira. Sua lealdade feroz ao pai lhe valeu o apelido “pitbull”. Oficialmente vereador no Rio de Janeiro, Carlos coordenou a campanha do pai nas mídias sociais, durante a eleição, e recebe muito crédito por ter ajudado o candidato, no passado uma figura isolada, a expandir dramaticamente a sua base política.

Ele se tornou uma espécie de porta-voz extraoficial do presidente brasileiro, recorrendo à mídia social para atacar potenciais adversários, entre os quais, recentemente, o vice-presidente Hamilton Mourão.

O papel de Carlos na política interna é complementado na frente internacional por seu irmão mais novo, Eduardo. Deputado federal e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, Eduardo, na prática, vem exercendo o papel de chanceler, viajando nos últimos meses aos Estados Unidos, Hungria e Itália para criar relacionamentos com outros populistas de direita.

Seu escritório em Brasília é decorado com balas de fuzil emolduradas, bonecos de Ronald Reagan e Donald Trump e um boné com o lema “Trump 2020”.

Flávio, o filho mais velho, optou por manter um pouco mais de discrição. Desde a posse do pai, o senador pelo Rio de Janeiro se viu envolvido em um escândalo persistente de corrupção relacionado a pagamentos suspeitos, que em determinados momentos atraiu mais atenção do que o governo de Jair Bolsonaro.

Muita gente acredita que os Bolsonaros tenham consolidado a sua posição na lista de dinastias políticas latino-americanas, que inclui os Kirchner, de esquerda, na Argentina, e os Fujimori, de direita, no Peru.

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https://www.osul.com.br/jornal-britanico-diz-que-com-seus-filhos-bolsonaro-busca-consolidar-uma-dinastia-no-poder/ Jornal britânico diz que, com seus filhos, Bolsonaro busca consolidar uma dinastia no poder 2019-05-07
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